Apesar da expectativa da base governista de que a tramitação da reforma da Previdência (PEC 6/2019) não se prolongue no Senado, a oposição na Casa afirma que pretende trabalhar para que o texto final seja “o melhor possível” para a população.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) concordou que o texto aprovado pelos deputados é melhor do que o original apresentado pelo governo, mas destacou que ainda há pontos a serem melhorados, como as pensões abaixo de um salário mínimo, a constitucionalização do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a nova regra para o acesso do abono salarial.
— A Câmara fez um texto, o Senado é a Casa revisora e a gente revisa. O Senado precisa ter autonomia. Nós precisamos fazer algumas alterações, vamos trabalhar no curto espaço de tempo, mas vamos trabalhar para que o texto final seja o mais próximo possível do que precisa o povo brasileiro.
Eliziane afirmou que, se for preciso, a oposição irá obstruir a votação, mas também poderá fazer um acordo, caso haja essa possibilidade — aprovando o texto base e criando uma PEC paralela com os trechos que os senadores considerarem prejudiciais.
— Nosso único objetivo é chegar em um texto melhor ainda — afirmou.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) confirmou a intenção da oposição de discutir e alterar a proposta da reforma. Em sua avaliação, o Senado não pode abrir mão de discutir um tema tão relevante e que atinge tão fortemente a população.
— Esse debate o Senado precisa fazer. E será que aqui também vamos ter o que tivemos na Câmara, a distribuição de recursos através de emendas para garantir aprovação célere ou a não discussão da reforma? No que depender da oposição, vamos discutir o texto — garantiu.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)