08/08/19 14h16
InvestChile está no País e propõe alternativas de negócios em licitações públicas chilenas, como de obras, concessões de serviços em rodovias e aeroportos, e nas áreas de turismo e tecnologia
DCI
A agência pública de investimentos do Chile (InvestChile) está no Brasil apresentando oportunidades de negócios no valor de US$ 18 bilhões, voltadas para as empresas brasileiras no país parceiro.
Desse valor, já estão previstos US$ 117,35 milhões de aportes brasileiros no Chile. As principais oportunidades estão na área de infraestrutura, como obras e concessões de serviços do governo chileno que envolvem rodovias, aeroportos, bondes, reservatórios, projetos de mineração de médio porte e terrenos para projetos turísticos. Iniciativas no setor de tecnologia também estão no radar.
O InvestChile já passou esta semana pelo Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e se reúne hoje com empresários e representantes do setor público, na cidade de São Paulo.
O diretor da InvestChile, Cristián Rodríguez Chiffelle, detalha que, do total do portfólio de US$ 18 bilhões, US$ 14,2 bilhões são referentes a projetos do Ministério de Obras Públicas, todos na modalidade de parceria público-privada (PPP).
Já as oportunidades de investimentos do Ministério de Energia incluem 56 projetos no valor de US$ 408 milhões, ligados, principalmente, a licitações de transmissão.
Por sua vez, a carteira de investimentos da Mineração prevê 32 iniciativas que somam US$ 650 milhões. Há também 20 iniciativas relacionadas à carteira de terras públicas para projetos de turismo no Chile.
Dos US$ 117,35 milhões de aportes brasileiros já previstos, um total de US$ 98,2 milhões devem ser alocados em serviços de tecnologia. “O setor de TI [Tecnologia da Informação] no Chile está em expansão, com um gasto estimado de US$ 16 bilhões para 2020, o que representa um crescimento de 4% [em relação ao que é investido hoje], quase o dobro do crescimento médio da América Latina em gastos com TI”, afirma Chiffelle.
Infraestrutura digital
Outras oportunidades de investimentos se encontram no setor de infraestrutura digital, tendo em vista o estabelecimento de operações, no Chile, dos principais Data Centers do mundo, como Google, Ascenty e Huawei. “Há ainda o lançamento da tecnologia 5G e a implantação de cabos de fibra ótica submarinos internacionais, sendo o mais impressionante o cabo transpacífico de Fibra Submarina, que conectará o Chile com a Ásia”, ressalta o diretor da InvestChile.
No setor de tecnologia, Chiffelle especifica que as empresas brasileiras investem, hoje, nas áreas de data centers, fintechs e provedores de serviços de TI. Alguns exemplos são a presença, no Chile, das empresas nacionais Ascenty (data center) e da IPNet Solucoes (provedor de serviços de TI).
Ainda sobre os investimentos brasileiros previstos, US$ 12 milhões devem ser alocados no setor de alimentação e agricultura; US$ 3 milhões em energia; US$ 1 milhão em serviços financeiros; US$ 500 mil em turismo e US$ 2,65 milhões em áreas diversas.
Os projetos na área de turismo contemplam 25 iniciativas. Dentre elas, estão oportunidades de operar serviços como observação de estrelas no deserto do Atacama, atividades em geleiras na Patagônia, em florestas e lagos localizados no sopé de vulcões.
“Há um interesse crescente das empresas brasileiras em expandir regionalmente, especialmente através do grupo de países da Aliança do Pacífico. Os representantes das empresas brasileiras que ajudamos frequentemente comentam que o Chile é considerado a melhor plataforma de crescimento para o resto da região”, comenta Chiffelle.
No primeiro semestre de 2019, as exportações brasileiras para o Chile caíram 14,6%, para US$ 3 bilhões, enquanto as importações recuaram 7,7%, para US$ 1,862 bilhão. Com isso, o saldo comercial fechou o período positivo em US$ 1,153 bilhão. Nossa principal venda ao Chile é de óleo bruto de petróleo, enquanto o salmão é a maior importação.