Treinador do Internacional tem sua primeira vitória fora de casa na Copa do Brasil e conquista vantagem para jogo da volta, no Beira Rio
Odair Hellmann é um técnico inquieto. À beira do gramado, tem a responsabilidade de comandar o time de seu coração. De veias e sentimento colorados, o Papito, como é conhecido, tem conquistado o carinho dos torcedores do Internacional. E não é por acaso. Nesta quarta-feira, regeu o clube na vitória fora de casa sobre o Cruzeiro por 1 a 0. O triunfo deu uma importante vantagem para o time na semifinal da Copa do Brasil.
Dentro de campo, foi possível notar as digitais do trabalho de Odair no Inter. Desde o apito inicial, o Colorado não se acovardou. Tentou sair para o jogo, com as boas atuações de sua trinca de meio-campistas. À frente da zaga, Rodrigo Lindoso fazia a distribuição da bola e rodava a orientação do ataque, de uma ala à outra.
Um pouco mais avançados, Patrick e Edenílson confundiam a cabeça dos presentes. Era possível que fossem só dois jogadores? Incansáveis, estavam em todas as áreas do Mineirão e tornaram o meio-campo propriedade colorada. Foi assim que o Inter foi criando suas oportunidades de gol e, com o próprio Edenílson, rompeu o marcador no segundo tempo.
A dupla de zaga, formada por Rodrigo Moldeo e Victor Cuesta, apresentava a combinação ideal entre força física e posicionamento, dificultando o trabalho dos jogadores ofensivos do Cruzeiro. Na frente, a entrada de Wellington Silva durante o segundo tempo mudou o panorama do Inter e bagunçou a defesa dos mineiros. Para Odair, no entanto, é justamente a força coletiva que possibilita que os atletas brilhem.
– Jogadas perigosas, claras, que a gente conta como que levam perigo, o Cruzeiro só teve uma. Então o jogo foi muito bem controlado, a equipe foi muito madura em todos os aspectos. Quando o grupo está fortalecido, quando a equipe está sólida, as individualidades começam a aparecer. Foi isso que aconteceu com a dupla de zaga e com o próprio Wellington – destacou Odair.
A maturidade citada pelo técnico é o maior sinal da evolução de seu trabalho. No comando do Inter desde o fim de 2017, Odair precisou se provar como treinador no Beira Rio. De interino, passou a técnico efetivado do clube. Ainda busca seu primeiro título no time profissional do Colorado, mas parece cada vez mais próximo disso. O time, que tinha dificuldade para vencer fora de casa, ganhou dois jogos importantíssimos longe de seus domínios: esta semifinal, contra o Cruzeiro, e o jogo de ida contra o Nacional, do Uruguai, pela Libertadores da América.
– O sentimento do Odair, de todos dentro do vestiário, é que não tem nada definido. Da mesma forma eu diria se tivéssemos perdido o jogo. Nesse nível de enfrentamento, nessa fase da competição, qualquer resultado no primeiro jogo não define para o segundo. Dentro de casa, temos que jogar mais do que jogamos hoje, correr mais do que corremos hoje, estar mais comprometidos do que hoje, para confirmar a classificação – disse o técnico.
Além de uma vitória coletiva do Colorado, a partida também foi um triunfo de Odair sobre um técnico muito experiente, gabaritado e campeão. Mano Menezes tem três títulos da Copa do Brasil e defendia seu título com a Raposa. É verdade que, ao contrário do Inter, o momento do Cruzeiro não era dos melhores. Mas o duelo contra um treinador deste porte sempre é complicado.
Foi por isso que, após a vitória, Odair mostrou muito respeito a Mano quando soube que ele havia pedido demissão do Cruzeiro.
– Meu respeito total ao Mano. E também ao time do Cruzeiro. Enfrentamento que vai acontecer na nossa casa, não tem nada definido. Temos que repetir padrão, atuação, intensidade, todas as situações que a gente precisa para confirmar aí sim o objetivo que é a classificação. Respeito total à equipe e aos profissionais do Cruzeiro – ressaltou.
O sentimento do Odair, de todos dentro do vestiário, é que não tem nada definido. Da mesma forma eu diria se tivéssemos perdido o jogo. Nesse nível de enfrentamento, nessa fase da competição, qualquer resultado no primeiro jogo não define para o segundo. Dentro de casa, temos que jogar mais do que jogamos hoje, correr mais do que corremos hoje, estar mais comprometidos do que hoje, para confirmar a classificação.