Eles não usam fardas e nem distintivos, mas com o faro privilegiado e muita destreza, os cães conseguem desenvolver inúmeras tarefas no combate à criminalidade. Seja ajudando policiais a encontrar entorpecentes e armas de fogo, ou realizando o salvamento de pessoas e encontro de cadáveres. Na Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), quatro animais “trilíngues” são especializados no faro de narcóticos e atuam lado a lado com policiais civis e militares em ações estratégicas no Estado.
Os cães Zeus, Hera, Thor e Faro foram adestrados desde muito pequenos para servir à população. Melhores amigos do homem, os cães têm capacidade de percorrer grandes espaços e realizar revistas rapidamente, mostrando-se imprescindíveis à segurança pública.
A cadela Hera, de apenas 3 anos, é especialista em busca e resgate e participou do trabalho de procura por vítimas da tragédia em Brumadinho (MG) no começo deste ano. Hera é multifunção e também participa mensalmente de operações com a missão de encontrar armas e drogas, assim como Zeus, o primeiro cachorro a ser adestrado para trabalhar na Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai).
Filho de Hera e Zeus, Thor é considerado pelos policiais o mais arisco dentre os animais. Ele tem 2 anos é e denominado um cão esclarecedor, pois, durante as ações, sempre vai à frente da tropa e, se encontra um inimigo, por meio de latidos, avisa aos policiais. Thor é treinado também para abater inimigos, se receber o comando do treinador. Já Faro é um animal adestrado para encontrar pessoas desaparecidas, estejam elas vivas ou mortas.
De acordo com investigador Rogério Andrade, que é adestrador de cães e responsável por Zeus, Hera, Thor e Faro, os animais são treinados para receber comandos em português, inglês e alemão. Andrade defende a importância e efetividade do trabalho dos cães e diz que os animais se divertem durante as ações, uma vez que ganham recompensas a cada material ilícito encontrado, o que acaba simbolizando para os animais uma espécie de brincadeira.
“Adestrar cães é um trabalho diário que começa muito cedo, mas é efetivo. Eles participam sempre de operações e encontram drogas, armas, pessoas desaparecidas. Então o treino com eles precisa ser diário, até porque são cães atletas, que estão acostumados com uma rotina cheia de exercícios”, informou.
Nova integrante – O investigador disse, ainda, que começaram a treinar, neste ano, a cadela farejadora Gaia, que será capaz de identificar pessoas com câncer de próstata. Conforme o investigador, na última fase de treinamento de Gaia, ela terá contato com urina humana, onde será adestrada a indicar casos da doença.
“A ideia é usar a urina do paciente, não precisa ser em hospital. Serão colocados sete frascos com urina, sendo um com de uma pessoa diagnosticada com câncer de próstata. Ela deverá indicar o frasco exato do doente. É uma espécie de exame rápido que, se for positivo, encaminharíamos para o proctologista. Mas como é rápido pode ser feito, inclusive, em campanhas de saúde”, garantiu Rogério.
Segundo o condutor de cães e investigador Lukedson Costa, os cães reagem de maneira diferente, dependendo das ações para as quais são designados. Quando encontram arma de fogo, os cães sentam e ficam parados à espera do policial se aproximar com a bolinha de recompensa. No caso de entorpecente, eles sentam e salivam. Já quando farejam corpos, os cães reagem e começam a latir, avisando ao policial que alguém ali precisa de ajuda.
O quarteto policial de quatro patas também conta com acompanhamento médico mensal. Segundo o veterinário Marcus Túlio, por se tratarem de cães com rotina movimentada, Zeus, Hera, Thor e Faro são tratados com vermífugos e uma alimentação de qualidade para garantir a saúde e bem-estar.