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Por Sebastião de Oliveira
Equipe Ascom Ufam
Na 8ᵃ edição, o blog intitulado ‘Cadernos do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (Neai)’ tem como objetivo principal veicular publicações científicas e seus resultados. Criado em janeiro de 2018, com três publicações ao ano, o blog foi uma iniciativa dos doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas (PPGAS/Ufam) e integrantes do Núcleo, Agenor Cavalcante de Vasconcelos Neto e Guilherme Henrique Soares.
Para Agenor Neto, a divulgação de publicações e resultados das pesquisas como exercício do pesquisador, a coordenação do Neai percebeu a necessidade de se elaborar um meio eletrônico para divulgar tais publicações que, inicialmente, teve veiculações informais nos Cadernos do Neai, mas se pensou no seu amadurecimento como fonte de divulgação da produção científica. Segundo Guilherme Soares, “aproveitando a visibilidade do Neai, a criação do blog permitiu com que ‘desencavasse’ toda a produção elaborada, o que, em muitos casos, ficam nos arquivos de computador e gavetas, para que viesse ao conhecimento de um público mais amplo, divulgando não somente no meio acadêmico, mas também a sociedade para obtenção do conhecimento produzido na Universidade”.
Unidade
Neto relata que, em um futuro próximo, o blog poderá ter uma produção mais elaborada e indexada, e que isso foi apenas o começo de um processo para construção numa nova tecnologia comunicacional. “Após a criação desse meio eletrônico, o público de modo geral teve uma reação bastante positiva, analisados estatisticamente. Houve o interesse de alunos e professores no envio de material para publicação quando houve um crescimento. Isso foi perceptível quanto ao cumprimento de prazos para a entrega do material a ser publicado”, afirmou o doutorando.
Conhecimento tradicional e a ciência
Grande parte das pesquisas desenvolvidas é oriunda do conhecimento tradicional produzido pelas sociedades indígenas Amazônicas. Neto atribui a divulgação desse conhecimento muito positiva. “Eu penso que esse conhecimento não deve ficar parado. Em muitos casos se acumulam e se perdem, acabando para o que se propõe na divulgação do conhecimento”, disse Neto. As colaborações vêm de diversos pesquisadores, tanto em nível local como internacional. São doutores de diversas instituições de ensino superior e até mesmo de doutorandos indígenas participam contribuindo com sua visão particular de conhecimento.
“Nesse sentido, o mais interessante no Blog é se colocar numa perspectiva bastante horizontal. Numa mesma edição, publicam-se pesquisas tanto de professores; não somente da Ufam, mas de outras Instituições de Ensino Superior, quanto às dos indígenas, em que todos os textos estão alinhados no mesmo nível de importância e de profundidade científica”, completou Guilherme Soares, que entende que o blog não tem uma perspectiva hierárquica de prioridades, independentemente de ser doutor ou aluno de pós-graduação, todos têm as mesmas oportunidades para divulgação de seus trabalhos.
Produção indígena
Soares destaca a produção científica dos alunos indígenas que oportuniza multiplicar vozes de conhecimento, a partir do trabalho desenvolvido por eles, implicando na produção de textos científicos para além das vozes que repercutem nas mídias sociais e dos movimentos indígenas, mostrar que na Academia tem produção de excelência realizada por antropólogos indígenas com a propriedade de divulgar todo conhecimento cultural produzido por eles mesmo.
Neto afirma que o blog é um meio de ‘furar’ a perspectiva de uma universidade periférica, porque se está conseguindo difundir e popularizar o conhecimento produzido na Amazônia. “Eu vejo como meio de possibilidade para romper a estrutura padrão de comportamento acadêmico quando se lança para uma ação mais criativa de popularização do conhecimento”, completou. Soares acredita que o blog dá mais liberdade, sai das amarras acadêmicas restritivas e rígidas, para uma ação criativa sem perder o rigor técnico científico, orientação teórica e reflexiva.
Apesar da informalidade do Blog Cadernos do Neai, que, segundo Neto, não tem a indexação e não faz parte de nenhum projeto financiado pela Capes. Parafraseando os blogs jornalísticos, o ‘Cadernos do Neai’ se retrata nesse perfil, mas divulgando conhecimento e informações com fundamental reflexão antropológica.
Perspectivas
A ampliação de divulgar outras áreas de conhecimentos está sendo estudada. Neto entende que, por ser aberto, a coordenação do blog tem a perspectiva de divulgar outras áreas, mas, a princípio, serve como laboratório e como exercício do pesquisador. Segundo Soares, o início de elaboração do blog é comparável a uma experimentação associado à ‘rebeldia’ por intencionalidade, acreditando na valorização da qualidade das pesquisas. Por outro lado, a produção não precisa estar associado a nomes famosos, os textos produzidos dizem por si só, e que qualquer pessoa que acessar o blog, com certeza irá constatar a grande contribuição que provém dessas pesquisas, finalizou Soares.