Hoje (9), completam-se 74 anos desde que uma bomba atômica foi lançada sobre a cidade de Nagasaki, na parte oeste do Japão. Uma cerimônia em memória às vítimas foi realizada no Parque da Paz da cidade.
Mais de 5.900 pessoas participaram do evento, incluindo sobreviventes do bombardeio, familiares das vítimas do ataque e representantes de 66 países.
Um registro com os nomes das 182.601 vítimas do bombardeio foi colocado no interior do cenotáfio, incluindo os nomes de 3.402 pessoas que faleceram neste último ano.
Atualmente, a idade média dos sobreviventes, conhecidos como hibakusha em japonês, é de 82 anos. Muitos têm sofrido os efeitos da radiação por décadas.
Os participantes dedicaram um momento de silêncio às 11h02 (horário de Tóquio), exatamente a mesma hora em que a bomba explodiu no dia 9 de agosto de 1945.
Apelo pela paz
O prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, leu uma declaração de paz. Ele exortou os países que possuem armas nucleares a cumprirem suas missões sob o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Taue exortou também o governo do Japão, como o único país que sofreu bombardeios nucleares, a assinar e ratificar o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, adotado pelas Nações Unidas em 2017.
O primeiro-ministro Shinzo Abe não tocou na questão do tratado. Ele disse: “Tentaremos ser uma ponte de conexão entre os estados que possuem e os estados que não possuem armas nucleares. E, contando com a cooperação de ambas as partes, persistentemente exortaremos a realização de diálogos e lideraremos os esforços da comunidade internacional”.
Izumi Nakamitsu, representante das Nações Unidas para Questões de Desarmamento, transmitiu uma mensagem do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Guterres disse que a única e a verdadeira garantia contra o uso de armas nucleares é a sua total eliminação, e torná-la realidade continua sendo a prioridade – das Nações Unidas e também sua própria – para o desarmamento.