Fatores de risco envolvem alterações da flora vaginal como gestação, questões hormonais, diabetes, imunodepressão e predisposição genética
As mulheres precisam ficar mais atentas que os homens quando o assunto é infecção urinária, já que estão mais suscetíveis a contrair a doença.
Um dos fatores que contribuem para isso é a própria anatomia feminina, pois a uretra do aparelho genital feminino é mais curta e mais próxima do ânus do que a dos homens, o que possibilita a passagem de bactérias do ânus para a vagina.
Outros fatores de risco também envolvem alterações da flora vaginal como gestação, questões hormonais, diabetes, imunodepressão e fatores genéticos. Além das doenças crônicas, a atividade sexual intensa pode aumentar as chances de desenvolver infecção urinária.
Os principais sintomas da infecção urinária são ardência e dor ao urinar, dor na região mais baixa do abdome, aumento do ritmo para urinar, sangue e odor fétido na urina. Nas mulheres com diabetes, os sintomas podem não aparecer.
Ao perceber esses sinais, a mulher deve procurar um urologista para ter diagnóstico adequado. Quando a infecção urinária não é tratada corretamente, as bactérias podem subir para o rim e gerar complicações como infecção generalizada, que pode levar a óbito.
“Outra dica importante para as mulheres é procurar sempre urinar após a relação sexual, já que a entrada de bactérias na bexiga é favorecida por qualquer fator que as empurre na direção do órgão, como o próprio ato sexual”, explica o urologista Cláudio Murta.
Gestantes
As gestantes estão mais propensas a desenvolver a infecção urinária devido às alterações que o corpo sofre, tanto funcionais como anatômicas, nos ruins e nas vias urinárias. Isso favorece a multiplicação de bactérias na região e coloca em risco a vida das futuras mamães.
O urologista Dr. Marcelo Pitelli, do Centro de Referência do Homem, explica as questões genéticas da relação entre gravidez e infecção. “As mulheres têm uma configuração anatômica diferente dos homens. Elas têm uretra mais curta – cerca de 4 cm, o que facilita a infecção do ânus para bexiga”, explica.
Crislene Patrícia Henrique, paciente grávida, comenta as dores fortes que a fizeram identificar os sintomas: “A febre estava muito forte, a dor nos rins era intensa e eu não conseguia comer, porque isso gerava fortes dores para sentar ou deitar. A gente fica sem posição confortável.”
O ginecologista Alexandre Nozaki alerta para os riscos de não identificar e tratar uma infecção urinária durante a gestação. “A infecção não tratada pode favorecer um trabalho de parto prematuro e, como consequência, o nascimento de bebês com baixo peso, que ficam internados por mais tempo”, diz.
O funcionamento dos rins da mãe também pode ser prejudicado e é nesse momento que entra a importância da hidratação. “A gestante precisa ingerir muito líquido, de 2 a 3 litros por dia, que é o recomendado para que não seja favorecido o aparecimento da infecção urinária”, completa Nozaki.
Outra dica importante é realizar o pré-natal desde o início da gravidez. Assim, é possível detectar e tratar a tempo qualquer alteração ou infecção que o corpo apresente.
Cuidados para evitar a infecção urinária:
– Aumentar a ingestão de água todos os dias (pelo menos 1,5 litro diariamente);
– Ao higienizar a vulva e região perianal, limpar sempre no sentido da frente para trás com objetivo de evitar que bactérias passem do ânus para a vagina;
– Cuidar da alimentação para evitar a constipação (prisão de ventre). A probabilidade de contaminar as fezes com a urina pode ser maior nesses casos;
– Evitar manter a bexiga cheia e urinar pelo menos de quatro em quatro horas (exceto durante a noite);
– Higienizar a área genital antes da atividade sexual. Depois da relação, procurar urinar para expulsar as bactérias que possivelmente tenham penetrado na uretra e na bexiga.