16/08/19 13h46
Portos e NaviosO volume total de movimentação de cais da Santos Brasil em seus três terminais – Santos (SP), Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA) – cresceu 20,3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2018, totalizando 320.079 contêineres. As operações de longo curso representaram 75,1% do total movimentado e as de cabotagem 24,9%.
O Tecon Santos movimentou 282.496 contêineres no período, aumento de 23,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. O crescimento apresentado pelo terminal no trimestre superou em mais de cinco vezes o crescimento do Porto de Santos no mesmo período, que foi de 4,1%.
Com o volume movimentado no primeiro semestre de 2019, o Tecon Santos apresentou, em base anualizada, utilização de 80% da capacidade instalada e alcançou 41,3% de participação de mercado, mantendo a liderança no Porto de Santos. Nas rotas de navegação que escalam o porto santista, os serviços asiáticos apresentaram o maior crescimento, reflexo do aquecido comércio entre Brasil e China. O Tecon Santos opera dois dos quatro serviços asiáticos que atualmente escalam o Porto de Santos, o que representa uma participação de mercado de aproximadamente 45% nesta rota comercial.
No Tecon Vila do Conde, o volume de contêineres movimentados cresceu 21,0% no 2T19, atingindo 27.270 unidades. As operações de longo curso representaram 67,1% do volume total e tiveram crescimento de 14,1% no período. As exportações cresceram 23,3%, com destaque para os embarques de manganês e cobre. As importações cresceram 3,8%, revertendo a queda no trimestre anterior. Outro importante vetor de crescimento foram as operações de carga de projeto nos meses de maio e junho, com a importação de equipamentos e máquinas para duas grandes mineradoras e uma hidrelétrica localizadas na região.
O Tecon Imbituba movimentou 10.313 contêineres no 2T19, 30,0% abaixo do volume do 2T18. A queda é explicada pela redução na movimentação de contêineres de longo curso, em decorrência da descontinuação do serviço asiático ASAS em janeiro de 2019, que deixou de existir devido à reorganização dos serviços dos armadores Maersk, Hamburg Süd, MSC e Hapag Lloyd na Costa Leste da América do Sul. No entanto, as operações do Terminal de Carga Geral (TGG) de Imbituba vêm compensando esse impacto. No segundo trimestre, o TCG operou 94,6 mil toneladas, mais do que o dobro do volume movimentado no mesmo período do ano passado, com destaque para a importação de produtos siderúrgicos e barrilha e exportação de toras de madeira para o mercado chinês.
O volume de contêineres armazenados da Santos Brasil Logística cresceu 9,0% no período, impulsionado pela renovação e também assinatura de novos contratos ao longo do trimestre, sobretudo com clientes do setor químico, importadores de fertilizantes e defensivos agrícolas.
O TEV movimentou 53.435 veículos no segundo trimestre, queda de 33,9% em relação ao período em 2018, decorrente principalmente das menores exportações de veículos das montadoras brasileiras para o mercado argentino. Por outro lado, houve melhora do mix com o crescimento de 10,4% nas importações, que passaram a representar 17,7% do total de veículos movimentados no trimestre. No primeiro semestre de 2019, a utilização da capacidade do TEV, em base anualizada, foi de 68,2%.
De acordo com Daniel Pedreira Dorea, diretor econômico-financeiro e de relações com investidores da companhia, “apesar do ritmo ainda lento de recuperação da economia brasileira – sem crescimento relevante no consumo, na indústria e no fluxo de importação -, o crescimento registrado pela Santos Brasil coroa iniciativas bem-sucedidas na contratação, ainda em 2018, de serviços com volume e mix rentáveis, e continuado rigor no controle de custos e despesas”.
Num horizonte um pouco mais longo, destaca o executivo, “devemos experimentar um ciclo positivo mais amplo de crescimento, impulsionado não apenas pela retomada da atividade doméstica, com inflação controlada e juros baixos, mas também pela agenda de abertura comercial”.
No segundo trimestre, a Companhia apresentou lucro líquido de R$6,3 milhões, comparado ao prejuízo líquido de R$4,0 milhões no segundo trimestre de 2018. A receita líquida consolidada cresceu 14,9%, totalizando R$264,9 milhões no período, resultado do aumento dos volumes de movimentação de contêineres e carga geral, bem como da recomposição parcial de preços.
A Santos Brasil registrou EBITDA de R$58,7 milhões, com margem de 22,2%. O EBITDA pró-forma totalizou R$35,0 milhões, com margem de 13,2%. Em base recorrente, o EBITDA pró-forma foi de R$42,6 milhões, com margem de 16,1%;
O saldo de caixa da Companhia no período foi de R$460,3 milhões, com uma dívida líquida de R$19,8 milhões. Os investimentos somaram R$46,3 milhões, sendo R$41,3 milhões destinados ao projeto de ampliação do Tecon Santos, que adicionará 220 metros ao cais atual, que passará a ter 1.510 metros de extensão (considerando os 310 metros do cais do TEV).