Médicos urologistas da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) passaram, nesta quarta-feira (26/06), por treinamento sobre “Profilaxia cirúrgica em cirurgias urológicas”. A capacitação foi organizada pela equipe do Núcleo de Segurança do Paciente e da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH).
O treinamento tem como meta a padronização dos protocolos de profilaxia das especialidades cirúrgicas ofertadas pela unidade hospitalar, tendo como base as Portarias da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além dos protocolos utilizados por hospitais de referência. Na ocasião, os médicos receberam os documentos elaborados pelo CCIH, serviços de Farmácia e Urologia.
A capacitação já foi feita com os cirurgiões de Cabeça e Pescoço. Os próximos a serem atendidos serão os médicos mastologistas, cuja data ainda será definida.
A capacitação serviu para revisar os antibióticos de profilaxia em cirurgias urológicas, conforme a médica infectologista Silva Leopoldina Santos de Souza, comparando-os com os dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, por exemplo. Ela explicou que a ausência de padronização traz riscos aos pacientes e pode contribuir com o aumento da resistência bacteriana em nível hospitalar.
“Existem muitas consequências com a ausência de padronização. Aumentam-se os gastos com o tempo de permanência do paciente no hospital e tratamento da infecção, além de morbidade e mortalidade do paciente. Com o treinamento, queremos padronizar os antibióticos adequados a cada tipo de cirurgia a fim de se evitar essas situações”, explicou Silvia Souza.
Fatores de risco – A médica infectologista disse que a principal flora bacteriana é a do paciente, além da existente no ambiente hospitalar. Essa última considerada multirresistente a vários antibióticos. Ela frisou também que há pacientes considerados críticos – obesos, idosos, diabéticos, com câncer e HIV – que estão propensos ao desenvolvimento de infecções.
O médico urologista Giuseppe Figliuolo ressaltou a importância do treinamento e disse que foram organizados os protocolos de utilização de antibióticos conforme os tipos de cirurgias. “É importante estabelecer condutas para tornar o hospital mais seguro ao paciente. Os protocolos abordados são o que há de mais atual para diminuir as chances de infecção hospitalar”, disse.
Classificação – Segundo o médico especialista, as cirurgias seguem uma classificação quanto ao uso profilático de antibióticos para se evitar as infecções hospitalares. Ele explicou que as tidas como “limpas” não requerem o uso – hérnia; “potencialmente contaminadas” – é necessário o uso e se enquadram em boa parte das cirurgias urológicas – próstata e bexiga; “contaminadas e infectadas” – exigido o uso. Ou seja, quanto maior ou menor o grau de infecção é necessário o uso do antibiótico.