11:42 – 18/11/2019
Fomentar uma cultura de respeito ao outro e sua religiosidade, oportunizar espaço de discussão e reflexão sobre a diversidade com foco na intolerância religiosa no Brasil e, em específico, no Amazonas. Estes foram os objetivos da I Roda de Diálogo sobre Intolerância Religiosa no Brasil e no Amazonas, realizada na Escola Estadual Alice Salerno Gomes de Lima, na última quinta-feira (14/11), na zona centro-sul de Manaus.
O debate reuniu estudantes do 1º ao 3º ano do Ensino Médio e contou com a presença de cinco lideranças de diferentes religiões e crenças. Estiveram no encontro representantes da Igreja Católica, do Espiritismo, da Igreja Evangélica, de Matriz Africana e um representante da Pajelança (Xamanismo).
De acordo com a organizadora do evento, professora Vilian da Costa Herculano, o evento busca trazer o respeito à diversidade e a pluralidade. “A relevância para a instituição escolar é ímpar, pois este é um espaço propício para que as crenças e a subjetividade do outro sejam consideradas e respeitadas”, disse.
A professora cita, ainda, que todos os alunos presentes na atividade levam como compromisso a responsabilidade de se tornarem multiplicadores da proposta no âmbito escolar e também pessoal. “Nós gostaríamos que todos tivessem acesso a esta roda de diálogo, mas aqui tivemos que escolher 30 alunos para estarem presentes e propagarem o que estão aprendendo aqui. Com isso cada estudante se comprometeu em ser um agente disseminador do debate do sobre a intolerância religiosa”, conta.
Durante o evento, cada representante de sua religião explanou sobre a visão da intolerância religiosa. Um destes foi o pastor evangélico, Antônio Sérgio Cavalcante, que é teólogo e psicólogo e busca trabalhar o tema dentro de sua igreja.
“A igreja é um celeiro de formação. Nós somos formadores de opinião, e isso precisa ser feito com responsabilidade, coerência e conhecimento, por isso é importante que o nosso posicionamento seja de tolerância e respeito a todas as outras religiões, a fim de combater a polarização que ocorre no Brasil e no mundo”, enfatiza.
O estudante Gabriel Brito, de 19 anos, falou sobre o termo “intolerância religiosa”, afirmando a importância de discutir para cultivar o respeito, que traz a ideia de construir a igualdade mesmo com as diferenças. “Acredito que tolerar passa uma noção de superioridade, e não é isso que buscamos no debate. O intuito desta roda de diálogo é exatamente reafirmar que a diversidade existe e precisa ser respeitada”, disse.
Para ele, a escola é fundamental no processo construtivo da opinião dos estudantes acerca do tema. “Eu penso que a escola tem muita força, pois ela influencia os jovens de muitas formas, devido aos inúmeros assuntos que aqui são discutidos. A escola não forma só profissionais, ela constrói cidadãos”, afirma.
FOTOS: Eduardo Cavalcante
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