Defendida pelo combate à corrupção que empreende no país, a Operação Lava Jato enfrenta, desde junho, revés de credibilidade após a divulgação por veículos da imprensa, especialmente o site noticioso The Intercept, de mensagens entre procuradores, o chefe da operação, Deltan Dallagnol, e o ex-juiz Sérgio Moro. Em pronunciamento em Plenário, nesta quinta-feira (15), o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a operação é o maior escândalo jurídico brasileiro e um dos maiores do mundo.
Humberto disse estar assombrado e perplexo com o que tem assistido. De acordo com o senador, a Lava Jato foi uma trama de caráter messiânico, fundada no culto à personalidade de alguns dos agentes públicos que agiram acima do Estado de direito. Em sua opinião, a operação se tornou o maior caso de corrupção da história do direito, em que o representante do Judiciário, e o da acusação, representada pelo Ministério Público, selaram um “casamento promíscuo e criminoso”, criando um poder supraestatal para trucidar o devido processo legal e promover a célere execução de desafetos políticos.
— Esta é uma turma que rasgou o texto constitucional e se colocou acima do Estado de direito, que criou até mesmo uma fundação bilionária com recursos desviados da Petrobras, totalmente à margem da lei, para financiar projetos de cunho pessoal e político. (…) Grandes nomes mundiais do direito, muitos deles com histórico invejável de combate à corrupção, como a jurista americana Susan Rose-Ackerman, admirada por Dallagnol, se insurgiram contra essa escabrosa armação, montada no seio do Estado. Juntamente com alguns dos maiores especialistas do mundo em combate à corrupção, ela assinou um manifesto em que pede ao Supremo Tribunal Federal a imediata libertação do ex-presidente Lula e a anulação do seu processo — reivindicou
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)