O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, nesta quinta-feira (22), em Plenário, que o presidente Jair Bolsonaro, ao deixar de lado a política correta de conciliar o agronegócio e a proteção da natureza, provocou a atual crise ambiental.
Costa lembrou que, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro já demostrava a intenção de não respeitar os limites legais impostos à exploração econômica de áreas de proteção ambiental e reservas indígenas. Isso fomentou a ideia de muitos produtores rurais, que encontraram na postura e no discurso do presidente o fundamento para expandirem suas atividades.
— Eu espero que mais de um setor que o apoiou entusiasticamente, como o agronegócio, acorde para o fato de que deu um tiro no pé, ao cair em seu discurso odioso contra o meio ambiente, porque nenhum país do mundo vai querer comprar sua soja e seu gado tisnados pela fuligem e pelo sangue de milhares de árvores e animais queimados no nosso ecossistema — alertou.
O parlamentar disse ainda que o Brasil passa por uma “crise ambiental” que repercute negativamente no mundo, o que poderá gerar enormes prejuízos econômicos ao país. Destacou que a atual crise não teria sido provocada por acidentes naturais, atribuindo os acontecimentos “criminosos” ao discurso incendiário ao presidente da República.
— A origem desse fogo está é neste governo, cujo chefe já se orgulhava de ser chamado de “capitão motosserra”. E, agora, talvez, queira se auto atribuir o título de Nero. […] somente nessa desastrosa gestão, o Brasil já registra cerca de 73 mil incêndios, um índice 83% maior do que o do ano passado. Vejam bem: as queimadas quase que dobraram sob a administração de Bolsonaro. Desse total, 9 mil delas foram registradas apenas na semana passada.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)