Com encontro de aniversário marcado por discursos emocionados, o grupo de acolhimento Solidariedade e Ação da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) completou um ano.
“É um incentivo. Houve momentos da minha vida em que eu pensei em desistir, mas os profissionais do Tropical me apoiaram em me manter aqui. Sempre digo, toda pessoa tem que procurar tratamento o mais rápido possível. Eu vim pela dor e não pelo amor”, disse um paciente, que tem o diagnóstico positivo de HIV há 10 anos e mantem o tratamento há sete anos.
Uma das coordenadoras do projeto, a psicóloga Salete Sara Fernandes, afirma que, desde a formação do grupo, a adesão ao tratamento teve um acréscimo de 20%, passando para 70% dos diagnósticos positivos. “O maior problema são os pacientes assintomáticos. Eles acham que por não sentir nada, não precisam de tratamento”, afirmou a psicóloga.
É o caso de Roberto (nome fictício). Ele conta que recebeu o diagnóstico, mas não sentia nada. “Não tinha nenhum problema para mim, então não fiz nada. Só vi o que eu tinha perdido quando acordei internado no hospital, sem falar, sem andar. Estou fazendo o tratamento há oito anos sem interromper”, disse.
Nesse um ano de funcionamento, o grupo já contou com a participação de mais de 500 pacientes. “No momento em que a pessoa recebe o diagnóstico, ela é encaminhada para o grupo. Ele é uma ferramenta técnica comprovada para melhorar adesão ao tratamento”, disse Salete.
O grupo Solidariedade e Ação, que faz parte do Qualiaids. É o primeiro grupo de acolhimento de pessoas com Aids com uma equipe multiprofissional da FMT-HVD, nos 45 anos de história. Os encontros acontecem a cada 15 dias, na FMT-HVD. Todos pacientes e familiares são convidados para participar.
O grupo conta com apoio de psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais para o acolhimento dos pacientes. O objetivo é facilitar a adesão ao tratamento de HIV, este sendo o grande desafio.
O encontro de aniversário de um ano contou com a palestra sobre valorização da vida e prevenção ao suicídio, em alusão à campanha “Setembro Amarelo”, com o médico psiquiatra do Exército Brasileiro, Dr. Pablo Gnutzmann.
No atendimento de média e alta complexidade, a FMT-HVD é referência para o Sistema Único de Saúde (SUS) em Doenças Infectoparasitárias e Tropicais, acidentes ofídicos e Dermatologia Tropical. Na área de assistência ambulatorial, de janeiro a dezembro de 2018, a FMT-HVD realizou 1,2 milhão de procedimentos de diagnóstico, 1,8 mil cirurgias e 231,3 mil procedimentos clínicos.