Estrutura do curso de Produção Fonográfica viabiliza gravação e distribuição de álbuns e canções de forma autônoma e autossustentável
A Gravadora Experimental da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Tatuí, localizada na região de Sorocaba, foi participante essencial na produção e lançamento artistas independentes em São Paulo. Ao mesmo tempo, o processo foi relevante também para a formação dos alunos da unidade.
A estrutura da Gravadora Experimental faz parte do Núcleo de Técnicas de Gravação, que atende ao curso superior tecnológico de Produção Fonográfica da Fatec. A iniciativa contribui para que artistas independentes consigam viabilizar a distribuição de álbuns e canções de forma autônoma.
Estudantes e professores da faculdade oferecem gratuitamente equipamentos e pessoal capacitado indispensáveis ao processo de produção de canções e álbuns. Isso inclui desde a arregimentação de músicos, ensaios, escolha de repertório até disponibilização dos fonogramas em plataforma streaming.
“O desenvolvimento de um produto fonográfico começa na seleção de um artista em potencial, o aperfeiçoamento dele e de suas ideias, até a finalização e acompanhamento do lançamento do álbum”, explica o coordenador do curso, José Pires Júnior. “Durante alguns anos, nós gravávamos os fonogramas, entregávamos para o artista e não acompanhávamos mais. Com o projeto da gravadora, isso mudou”, diz.
Depois de prontos, os direitos dos álbuns são doados formalmente e disponibilizados sem custo para os autores na CD Baby, uma das maiores distribuidoras online de música independente do mundo. “Nossa contrapartida é pedagógica. Mesmo que um artista contrate um produtor para supervisionar o trabalho, nossos alunos sempre atuam na parte prática do projeto sob a supervisão de um professor do curso. Além disso, todas as gravações em nosso estúdio são abertas aos estudantes”, afirma José Pires Júnior.
Um dos artistas que utilizaram a estrutura da Fatec foi o angolano radicado no Brasil Pupa Kanda. Acompanhado por sua banda AfroSom, ele estreou com o álbum Ngungu Njila (Imigrantes) no final do primeiro semestre. “A Gravadora Experimental foi fundamental. Estou no Brasil há quase 20 anos, já participei de incontáveis gravações, mas só agora consegui lançar material próprio”, contou ele ao Centro Paula Souza, que administra as Fatecs.