Reivindicações históricas de aldeias Mura no município Autazes começam a sair do papel no atual Governo do Estado. Em reunião com representantes das aldeias São Félix e Cuia, o vice-governador e secretário-chefe da Casa Civil, Carlos Almeida, confirmou asfaltamento de ramal, além iniciar discussões sobre construção de escola e retomada processo de indenização pleiteada pelos Mura desde os anos 1990.
“Temos problemas em todas as áreas, mas com diálogo podemos avançar em todos eles. As aldeias aqui representadas procuraram o Governo no início do ano, e agora podemos anunciar o asfaltamento do ramal São Félix”, destacou Carlos Almeida, que acrescentou: “Sobre as outras demandas, vamos buscar soluções”. No próximo sábado (27/07), o vice-governador irá à aldeia São Félix para conhecer demandas locais.
Estrada gerou indenização – Das demandas das aldeias São Félix e Cuia, a maior delas é sobre a indenização que foi acordada com o Estado na década de 1990, mas que não foi cumprida. Trata-se da compensação financeira a qual os índios têm direito pelo fato da estrada de Autazes passar por terras das duas aldeias. Com a São Félix, a mais afetada ambientalmente com a obra, foi acertada a construção de uma escola.
O secretário executivo de Interior da Casa Civil, Miltinho Castro, explicou aos representantes Mura que o Governo do Estado terá que revisar os valores fixados na indenização original. “Levantaremos o que foi ou não pago e, a partir desse trabalho, definir um plano de pagamento, identificando fontes financeiras que possam ser utilizadas”.
Alternativas – Os professores Mura Everton Marques (aldeia São Félix) e Marinalda Guimarães (aldeia Cuia) relataram as dificuldades enfrentadas para desenvolver a educação na região. O professor Everton sugeriu o aproveitamento de escolas municipais, que estavam sendo construídas com recursos federais e encontram-se paralisadas.
“Essa é uma possibilidade a ser estudada”, destaca o secretário Miltinho Castro. Já o diretor-presidente da Fundação Estadual do índio (FEI), Edvaldo Munduruku, disse que levantará as disponibilidades financeiras da Fundação e verificar se a FEI pode destinar recursos à Seinfra para que sejam realizadas obras nas duas aldeias.