Apesar de ser favorável à prescrição de medicamentos que contêm substâncias como canabidiol e tetrahidrocannabinol (THC) para tratamento medicinal no Brasil, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) disse em Plenário, nesta sexta-feira (9), ver com reservas as ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que podem levar à liberação do plantio da maconha no país.
De acordo com o parlamentar, a convocação pela diretoria da Anvisa de duas consultas públicas com o objetivo de discutir o uso da maconha para fins medicinais e científicos no Brasil, bem como o registro de medicamentos produzidos com princípios ativos da planta, poderá significar uma porta aberta para que, num futuro próximo, o mercado da maconha recreativa venha a se instalar no Brasil.
— Durante todo esse tempo em que carrego essa bandeira, conversei com especialistas que foram taxativos em afirmar que a produção sintética do canabidiol seria uma alternativa mais segura e eficaz ao plantio da maconha proposto – acredite – pela Anvisa. Daí a pergunta: por que plantar, correndo o risco da perda de controle sobre essa produção, porque não há como fiscalizá-la, se a tecnologia avançada nos propicia a formulação desses medicamentos em laboratório? — questionou.
Girão disse que lhe causou estranheza e preocupação saber que a empresa que lidera as articulações para liberação do plantio da maconha com fins medicinais é a The Green Hub, que segundo ele, pertence à família Grecco, cujo líder é genro do atual presidente da Anvisa.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)