A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) realizou nesta sexta-feira (13/9) uma reunião com técnicos que atuam nos núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar na rede pública e privada para reforçar as estratégias de vigilância no monitoramento de casos de sarampo do Amazonas.
Durante a apresentação da situação epidemiológica da doença no país e no Amazonas, a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, enfatizou que o perigo do sarampo não passou, apesar de não se registrar um caso no Estado desde fevereiro.
“Não há mais caso confirmado no Estado desde fevereiro. Isso não significa tranquilidade, tendo em vista o cenário nacional e a nossa realidade de baixas coberturas vacinais”, alertou Rosemary. Treze estados no Brasil seguem com surto ativo referente a casos de
Rosemary destacou a necessidade de manter a vigilância em todas as unidades de saúde e a importância de continuar seguindo o protocolo nas ocorrências de casos suspeitos.
“Essa fase requer ainda mais atenção, porque as tomadas de decisões devem ser imediatas, como a notificação e o bloqueio vacinal em todos os contatos até 72h após a notificação. A preocupação é que o vírus volte a circular no estado, gerando uma nova onda da doença. Entretanto, contamos com uma ferramenta importante, a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba)”, salientou.
A coordenadora de Doenças Exantemáticas da FVS, Angela Desirée, informou a necessidade da detecção dos casos suspeitos por meio dos sinais e sintomas do sarampo para o manejo clínico adequado do paciente.
“É essencial melhorar as coberturas vacinais em crianças menores de dois anos, com a vacina tríplice viral aos 12 meses e a segunda dose da vacina tetra viral aos 15 meses”, disse.
Vacinação – O Amazonas recebeu 42.687 doses da tríplice viral (protege contra sarampo, rubéola e caxumba) repassadas pelo Ministério da Saúde (MS) e os municípios do interior devem iniciar, a partir desta segunda-feira (16/09), a vacinação para alcançar a cobertura em crianças menores de um ano.
A diretora da FVS-AM lembra que esta intensificação tem o público definido pelo Ministério da Saúde. “É prioridade que as crianças da faixa etária de 6 meses a 11 meses e 29 dias sejam protegidas contra o sarampo. Em bebês, esta doença agrava de forma muito rápida, podendo levar ao óbito”, alertou.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da FVS, Izabel Nascimento, a ação é mais uma estratégia para evitar a permanência do surto no país.
“A vacina enviada pelo MS é considerada dose zero, já que a criança inicia efetivamente o calendário de vacinação aos 12 meses com a tríplice viral e aos 15 meses a segunda dose com a tetra viral, portanto, essa dose não será contabilizada para o calendário da criança, no entanto, é mais um reforço para impedir o adoecimento dos pequenos”, comentou.
Izabel reforça que todo o dia é dia de vacinação. “A tríplice viral é ofertada de forma rotineira para as outras faixas etárias. É importante salientar que a imunização completa se dá por meio de duas doses”, explicou.
As vacinas sãos disponibilizadas nas unidades básicas de saúde, na capital e no interior. A cobertura parcial de rotina da tríplice viral até agosto de 2019 era de 87%, abaixo da recomendação do MS, que é 95%.