Na próxima terça-feira (27) o Farol Santander exibe ao público, pela primeira vez, parte do acervo de obras de arte na exposição Contemporâneo, sempre – Coleção Santander Brasil. A exposição apresenta um panorama de 70 anos da arte brasileira e reúne um conjunto de pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e fotografias. Os 64 trabalhos escolhidos em um acervo de duas mil obras estão divididos nas categorias Abstração, Retrato e Paisagem.
Uma das atrações na categoria Abstração é a obra nunca exposta do artista Bené Fonteles. Sem título, o trabalho foi criado em 1980. Já a obra mais antiga é a escultura de Victor Brecheret, Tocadora de Guitarra (1923). E a mais recente, uma pintura do artista Paulo Almeida, parte da série “Palimpsestos”. O processo criativo da obra envolve modifica-la a cada nova exposição. O artista trabalhará no local e concluirá as alterações dias antes da abertura ao público.
De acordo com a organização da mostra, a exposição foi elaborada para ocupar o 24º andar do Farol Santander e por estar segmentada em categorias, ter um olhar didático que permite ao público compreender cada umas das vertentes. Foram escolhidos artistas considerados fundamentais pela curadoria para reunir figuras clássicas e contemporâneas da arte no país, ultrapassando as definições de tempo e se renovando a cada olhar.
Obras e espaço multimídia
Dentro das divisões estabelecidas pela curadoria, destacam-se artistas e suas respectivas obras: Abstração: Alfredo Volpi, Sem Título (1960); Tomie Ohtake, Sem Título (1978); Manabu Mabe, Voz da Selva (1969) Retrato: Di Cavalcanti, Mulata na Cadeira (1970); Milton Dacosta, Figura (1948); John Graz, Canoeiros (1975); Paisagem: Darel Valença, Sem título (1968); Candido Portinari, Cavalo, Casebre e Paisagem, (1959); Claudia Andujar, Conselho de homens Xicrin-Kayapo, Estado do Pará, Amazônia, 1966.
A exposição terá, ainda, um espaço multimídia desenvolvido pela Rizoma Edições Digitais, onde os visitantes poderão interagir a partir de uma projeção na parede, com imagens desconstruídas das obras expostas. O público poderá alterar as formas e cores projetadas com seus próprios gestos e movimentos.
De acordo com Ricardo Ribenboim, um dos curadores da exposição, o título da mostra remete ao fato de que as obras foram adquiridas muito perto do período em que foram produzidas, refletindo a arte do momento da aquisição. “Isso é algo importante porque é um estímulo à produção da arte. O que vemos aqui são muitas obras importantes de seus períodos. O mais importante nesse processo de seleção foi fazer não só a escolha pelo período de sua produção, mas pela técnica fundamental do artista”, disse.
Também curador da mostra, Agnaldo Farias explicou que já conhecia o acervo Santander que é quase inacreditável e também destacou o fato de as obras serem adquiridas no momento em que foram produzidas. Segundo ele, quem compra uma obra enquanto ela está sendo produzida está fazendo uma aposta. “Nesse momento você não é mais simplesmente alguém que faz a difusão, mas você está cúmplice da produção. Você se envolve em um outro patamar. Quando você compra uma obra de um artista já consolidado você não está correndo risco”.
Em cada uma das categorias, haverá uma obra representativa, destacada em projeto de acessibilidade, que disponibilizará relevos táteis e em alto contraste, legendas em braile e um áudio descrição. Os trabalhos contemplados no projeto são de Rubem Valentim, Sem título (1989); Klaus Mitteldorf, O Centro (2008) e Di Cavalcanti, Mulata na cadeira (1970). Outros destaques que já estiveram em mostras pelo Brasil voltarão a ser expostos ao público, como a pintura Equilíbrio (1967), de Iberê Camargo e a tela Baile No Campo (1937), de Cícero Dias.
Educadores estarão presentes no espaço para atendimento ao público espontâneo e grupos agendados. Para mais informações sobre dias e horários disponíveis para agendamento de visitas orientadas para grupos, entrar em contato no email [email protected].
Edição: Nélio de Andrade