Meliponário da Escola Técnica Estadual terá espaço para práticas pedagógicas, educação ambiental e visitação pública
Estudantes e professores da Escola Técnica Estadual (Etec) Sebastiana Augusta de Moraes, de Andradina, no interior paulista, desenvolvem um Meliponário Escola para difundir a cultura da abelha sem ferrão e despertar o interesse de alunos e da população para esse tipo de criação de insetos.
Vale destacar que a criação desse tipo de abelha é chamada meliponicultura. O trabalho de construção do meliponário está a cargo dos estudantes dos cursos técnicos de Agronegócio, Agropecuária integrado ao Ensino Médio e na modalidade Alternância.
Visitação
A previsão é de que o empreendimento esteja concluído no fim deste ano e equipado para visitação pública a partir de 2020. Na primeira fase do projeto, as turmas trabalharam na identificação das espécies presentes na região e catalogaram sete tipos de abelhas sem ferrão: Mandaguari Preta, Tubiba, Borá, Jataí, Iraí, Tubuna (Scaptotrigona bipunctata) e Mirim.
Localizado no campus da Etec, o Meliponário ocupará uma área de 600 m2, onde serão construídos abrigos para as colmeias de abelhas melíponas nativas da região. Segundo o coordenador, Lauro Komuro, o projeto busca criar um local para realização de atividades de pesquisa e pedagógicas, além de oferecer visitação e educação ambiental aos moradores do município.
“Vamos contribuir para a difusão e transferência de tecnologia, por meio de cursos e palestras que capacitarão estudantes, meliponicultores e pessoas da comunidade do entorno que possam se interessar pelo cultivo”, explica o educador. De acordo com Lauro Komuro, no espaço, será possível pesquisar e cultivar as várias espécies de melíponas para reintroduzi-las na região.
Preservação
Outro desafio importante da iniciativa é evitar a extinção das abelhas melíponas que são ameaçadas por ações humanas que degradam o meio ambiente, como o uso de defensivos agrícolas, destruição de florestas e retirada de colmeias de abelhas nativas da mata.
Como medida de preservação, os cursos de capacitação serão dados também aos agricultores para que aprendam a identificar abelhas sem ferrão e se conscientizem do valor para a manutenção da biodiversidade.
Como a cultura de abelhas melíponas na região de Andradina ainda está começando, a produção é feita em escala artesanal porque os produtores não têm a certificação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e do Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Por enquanto, a aplicação desse tipo de cultivo é mais relevante na agricultura com o uso das melíponas na polinização. As abelhas sem ferrão melhoram os índices hormonais das plantas, aumentando a sua produtividade.
O projeto da Etec de Andradina terá o apoio técnico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e contará com investimentos da Cooperativa Escola, Agropecuária Grendene e da Fazenda Guanabara Andradina.