Com a realização média de 50 mil transfusões por ano em todo o Amazonas, aproximadamente 26 mil litros de sangue foram utilizados pelas unidades de saúde públicas e privadas em 2018, no Estado. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (25/09), durante a primeira Roda de Conversa, realizada pela Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas (Hemoam), com o intuito de chamar a atenção para a doação de sangue e fortalecer as ações de captação de doadores voluntários, cujo quantitativo sofreu uma queda de 3,6% de 2017 para 2018.
A Roda de Conversa envolveu mais de 20 representantes de empresas, igrejas, instituições públicas e organizações da sociedade civil, que já mantêm parceria com o Hemoam em ações de captação de sangue. O encontro favoreceu a troca de experiências e estratégias para mobilizar a sociedade em prol da doação de sangue. “Estamos atualmente com o estoque bastante crítico e estamos procurando mecanismos para que isso não mais ocorra. Essas parcerias funcionam para somar porta-vozes para a causa da doação voluntária”, declarou a médica hematologista e diretora-presidente do Hemoam, Socorro Sampaio.
Para manter o estoque regular o Hemoam precisa colher uma média de 250 bolsas de sangue diárias. Uma parte considerável dessas bolsas são utilizadas pelos pacientes com doenças malignas e benignas do sangue. De janeiro a agosto deste ano, só os pacientes da Fundação precisaram de 7.200 transfusões.
Além desses pacientes que regularmente necessitam de transfusões, o sangue coletado e processado pelo Hemoam vai para todas as unidades de saúde pública e privada da capital e para boa parte do interior, onde é utilizado também para cirurgias eletivas e atender casos de urgência.
A única forma de ter o produto em estoque é por meio da solidariedade da população. Mesmo com campanhas de sensibilização e ações de coleta de sangue itinerante, o número de doadores no Amazonas é bem inferior ao considerado ideal pelo Ministério da Saúde (MS). Com uma população de aproximadamente 2 milhões de habitantes na capital, o Hemoam registrou pouco mais de 65 mil candidatos à doação em 2018. Para o MS o ideal é que de 2,5% a 3% da população local seja doadora.
Além da quantidade baixa de doadores, também há circunstancias que reduzem ainda mais a quantidade de sangue efetivo no estoque, tais como inaptidão na triagem clínica (entrevista) e triagem sorológica (exame laboratorial).
Só em 2018, 2.194 bolsas de sangue foram descartadas após a triagem sorológica e molecular, sendo 1.961 da capital e 233 do interior. As três maiores ocorrências para o descarte foram sífilis, em primeiro lugar, hepatite B e C em segundo e terceiro respectivamente.