No último sábado (10/8), mais um assunto envolvendo o desmatamento da Amazônia apareceu no noticiário brasileiro. A Alemanha anunciou que irá suspender o repasse de 35 milhões de euros (R$ 155 milhões) para o governo brasileiro. O dinheiro, destinado a financiar iniciativas de proteção à floresta, iria para o Fundo Amazônia. O vereador Elias Emanuel (PSDB) que defende a exploração de riquezas de forma sustentável e beneficiando diretamente a comunidade local levou o tema à tribuna nesta terça-feira (13).
“São várias as informações desencontradas sobre a Amazônia e seu crescente desmatamento, até os dados oficiais foram questionados pelo Governo Federal. Mas fato é que a União Européia não descartou as informações e cortou parte do repasse dado ao Brasil por meio do Fundo Amazônia. Criado em 2008, o Fundo tem como objetivo fomentar projetos que combatam o desmatamento na floresta por meio de doações de países e empresas. A Alemanha é um dos três doadores do fundo – além dela, participam Noruega e Petrobras, que já realizaram dezenas de doações na última década”, disse o vereador. Para Elias, o assunto é grave e os amazônidas não podem se calar.
“Eu até admito que outras regiões do nosso país não defendam a floresta mas nós que moramos aqui? É inconcebível você morar na maior Floresta Tropical do mundo e não defendê-la dos constantes ataques que ela vem sofrendo”.
O parlamentar comentou ainda sobre a repercussão negativa que país vem tendo internacionalmente e pediu atenção para as conseqüências que isso pode trazer. Uma vez que o meio ambiente e sustentabilidade estão em alta, o país que desmata sofre rechaço, afetando ainda mais a economia de um Brasil que já aponta sinais de recessão.
“Não podemos nos enganar e continuar enfrentando a comunidade européia, ao risco de taxar nossos produtos de desmatadores sofrendo uma debacle na nossa economia”, afirmou de forma categórica o ex-líder do governo.
Quem aparteou e contribuiu com o debate foi o vereador de primeiro mandato, Cláudio Proença que parabenizou e citou os esforços de todos os governadores da região Norte para reaver a parceria com a Alemanha, mas sem o intermédio do Governo Federal
“Isso é algo muito preocupante. Os governadores da região Norte se uniram e estão buscando convênios de forma direta com os países que romperam com o Brasil. Como vamos preservar a mata deixando o povo na miséria. Esse dinheiro serve também para investimentos em fiscalizações que preservam a Amazônia”, disse Proença.
Elias parafraseou o Governo Bolsonaro que diz não precisar dos recursos do Fundo Amazônia e mostrou números recentes que comprovam sua importância para a região, uma vez que o atual governo não tem conseguido manter nem suas estruturas, como é o caso do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), ameaçado de fechar uma das suas unidades, se mantendo com o apoio do governo municipal.
“Ele diz que não precisa do recurso mas o Inpa tem 40 milhões do seu recurso contingenciados e se não fosse o prefeito Arthur Neto o Bosque da Ciência hoje estaria fechado. O primo pobre sendo obrigado a ajudar o primo rico e isso nem sentido faz. São mais de 142 milhões em receita obtidas pela comercialização dos produtos locais, recurso garantido por meio do Fundo e que fica na própria comunidade.”, mostrou.
Segundo dados da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), hoje, 22 milhões de hectares são protegidos com recursos com Fundo, apoiando mais de 190 unidades de conservação e garantindo que 65% das terras indígenas estejam resguardadas. Elias concluiu seu discurso dizendo que a Amazônia não é do mundo e sim dos brasileiros a serviço do planeta e pediu mais atenção do governo sobre o tema que já causando ataques em embaixadas ao redor do mundo.