Supervisores e dirigentes de ensino estiveram na Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EFAPE), nesta quarta (07) e quinta (08), para um encontro de debate sobre o atual panorama do ensino integral e do ensino técnico em São Paulo, assim como suas possibilidades para os próximos anos. O evento faz parte das diversas reuniões para escuta da rede promovidas pela Secretaria da Educação.
“Nosso grande desafio é fazer a sociedade paulista entender que o Ensino Integral é bom para todos. Em Pernambuco, mais de 50% das escolas adota o modelo, com resultados vistos na comunidade. Aqui ainda temos o desafio de fazer a comunidade, no papel de pais e estudantes, reconhecer esses resultados tão expressivos para nós”, pontua o secretário da Educação, Rossieli Soares, que participou do encontro nesta quinta-feira e apresentou o andamento das principais ações da pasta.
Representando a agenda em ambos os dias, o secretário executivo Haroldo Rocha apresentou dados sobre o ensino integral no país. Apesar da diferença de modelos e de grade de estado para estado, o ensino em tempo integral se provou um acerto, tanto pelo alto desempenho dos estudantes nos indicadores nacionais como pela inserção no ensino superior.
“O rendimento dos estudantes de tempo integral é 50% maior do que os das escolas normais. Uma pesquisa do Instituto Sonho Grande na rede estadual de Pernambuco indicou que quem sai do ensino integral têm 17% a mais de chance de ingressas no ensino superior, além de ter uma renda de R$ 265 superior já no início da carreira. Estamos falando de uma realidade que afeta profundamente a aprendizagem dos jovens”, explica Haroldo.
O ensino técnico também foi pauta do evento. Atualmente representado pelas Escolas Técnicas (Etecs), o ensino técnico foi impulsionado pelo Novotec, que já alcançou mais de 380 mil matrículas. “Sabemos que 58% dos egressos na Etec estão trabalhando 2 anos após a graduação, e desses, 68% são vindos de escolas públicas de São Paulo. O Ensino Técnico é o caminho mais fácil de inserção no mercado e preenche uma demanda da sociedade por profissionais de alta produtividade e conhecimento”, explica Daniel Barros, coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante.
A ideia do encontro é discutir as possibilidades que o ensino integral e o ensino técnico entregam aos jovens num momento no qual a escola se torna cada vez mais conectada com a realidade e os anseios dos jovens. O Novotec e o Ensino Integral fazem parte do Inova Educação, nova política educacional de São Paulo, que a partir de 2020 irá colocar componentes nas grades de todas as escolas, como as eletivas e o projeto de vida, que normalmente são ministradas apenas nas escolas de tempo integral.
A experiência de quem cursou também foi abordada no evento. Dois professores e dois estudantes compartilharam os aprendizados e benefícios dos dois modelos. “A escola em tempo integral muda a vida do professor. Transforma nosso papel e nos faz ver nosso poder transformador na vida dos jovens. O tempo na escola passa rápido e flui numa velocidade impressionante”, explica Elaine Michelette, professora da Escola Estadual Reverendo Paes D’Ávila, em São Vicente.