Geral
13 de Setembro de 2019 às 15h25
educação: enunciado considera que programa de escolas cívico-militares fere os princípios da reserva legal e da gestão democrática do ensino público
Entendimento foi aprovado nesta sexta pela Comissão Permanente de educação do CNPG, que conta com representantes do MPF e dos MPs Estaduais
Arte: SECOM/PGR
A Comissão Permanente de educação (Copeduc) do Grupo Nacional de direitos humanos (CNDH), órgão vinculado ao Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), aprovou nesta sexta-feira (13) enunciado considerando que o Programa Nacional de escolas Cívico-Militares (Pecim) fere os princípios da reserva legal, da gestão democrática do ensino público e da valorização dos profissionais da educação. Ainda segundo o enunciado, a iniciativa vai contra as previsões da Lei de Diretrizes e Bases da educação e do Plano Nacional de educação. Instituído por decreto e lançado pelo governo federal no último dia 5, o Pecim cria as escolas cívico-militares, que são instituições não militarizadas, mas inspiradas no modelo das escolas militares e com a participação de militares da reserva como tutores.
A Comissão Permanente de educação é composta por membros dos Ministérios Públicos Federal e Estaduais. A procuradora da República Maria Cristina Manella participa do colegiado na qualidade de representante do Ministério Público Federal. Ela foi indicada pela Câmara de direitos sociais e Fiscalização de Atos Administrativos do MPF (1CCR) e, além de integrar a Copeduc, coordena o GT educação do MPF.
Enunciados como o aprovado na manhã desta sexta-feira são entendimentos expedidos por colegiados ou órgãos superiores do Ministério Público e servem para orientar o trabalho dos membros em todo o Brasil. Agora, o entendimento será enviado aos promotores e procuradores com atuação em ofícios vinculados à educação.
escolas cívico-militares – Criado pelo decreto nº 10.004/2019, o Pecim foi lançado no dia 5 de setembro, em cerimônia no Palácio do Planalto. As escolas cívico-militares terão equipes de militares da reserva no papel de tutores, seguindo as práticas pedagógicas e os padrões de ensino e disciplina de colégios militares. De acordo com o decreto, os tutores militares não são considerados profissionais da educação básica, mas irão atuar nas tarefas de apoio à gestão escolar, à gestão didático-pedagógica e à gestão administrativa.
Segundo informações divulgadas pelo Ministério da educação no lançamento do programa, a meta é criar 216 escolas cívico-militares em todos os estados até o fim de 2022, além de estimular que pelo menos 10% das escolas públicas regulares adotem o modelo.
Secretaria de Comunicação Social
Procuradoria-Geral da República
(61) 3105-6406 / 6415
[email protected]
facebook.com/MPFederal
twitter.com/mpf_pgr
instagram.com/mpf_oficial
www.youtube.com/tvmpf