Defensora começa partida no banco de reservas, é acionada pelo técnico e entra em campo na decisão, para delírio dos familiares
Do banco de reservas, Rayane acompanhava, apreensiva, a final do Brasileiro Feminino A-2. Mineira de Belo Horizonte, a zagueira do Sâo Paulo esperava por uma chance de jogar diante dos seus familiares, que integravam a torcida do Tricolor no Estádio das Alterosas. A partida valia o título, mas para eles, importante mesmo era vê-la jogando.
Com o jogo empatado em 1 a 1, a família da zagueira começou a pedir por sua entrada em campo. Gritos de “Rayane! Rayane!” foram ouvidos em todo o estádio e, enquanto ela ficava sem graça no banco, o técnico Lucas Piccinato aguardava. Aos 32 minutos, o comandante a chamou para entrar em campo.
– Quando eu ouvi eles gritando, meu coração começou a bater a milhão. Eu falei: “gente, eu tenho que entrar, minha família tem que me ver”. Na hora que ele me chamou, senti um alívio bem grande e falei que era minha hora, de poder entrar em campo e minha família poder me ver. E levantar esse troféu, que é o mais importante de todos – lembrou.
Em seus pouco mais de 15 minutos na final, Rayane entregou exatamente o que o técnico esperava dela. Muita disposição, segurança e força física na marcação do ataque do Cruzeiro. Ao fim da partida, o empate em 1 a 1 garantiu o título do Brasileiro Feminino A-2 para o São Paulo.
Para Rayane, no entanto, o jogo valeu muito mais do que o título. Viver um momento desse já seria bom. Ser campeã diante da família, então, é inesquecível.
– Foi muito importante para mim. Estar em casa, com minha família toda aqui podendo ver eu erguendo esse troféu, me ver jogar, é uma sensação única que vou levar para o resto da minha vida. Eu quero só viver isso para sempre – disse.