O casal de agricultores Maria da Mota Gomes, 43, e Marivan Ferreira Gomes, 46, estima ter ficado com um prejuízo de mais de R$ 28 mil com o apagão elétrico ocorrido em julho deste ano e que deixou os moradores dos municípios de Iranduba e Manacapuru sem energia por mais de uma semana.
“Nossas plantações de maracujá, cebola, cheiro-verde, couve, chicória e laranja secaram porque não tinha como irrigar”, disse Maria, ao ser atendida pelo defensor público Rodolfo Lôbo. O atendimento da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) voltado às vítimas do apagão começou a ser realizado nesta segunda-feira (09/09), no PAC de Iranduba.
Para o casal, que mora na comunidade São José, no Janauari, mais de dez toneladas de alimentos foram perdidas, deixando por terra um trabalho de mais de um ano de cultivo. “O pior é que a cobrança da energia continua vindo alta, sem descontarem sequer o tempo que ficou sem energia”, explicou Marivan, citando que o fornecimento não está regular, deixando inseguros os agricultores.
“Todo prejuízo contabilizado, até o que deixou de vender no comércio, por exemplo, pode ser motivo para ajuizar uma ação na Justiça para reaver o que perdeu”, explicou a defensora pública Juliana Lopes, coordenadora da Defensoria Itinerante, ao estimular os moradores a procurarem o posto da Defensoria que está instalado no PAC de Iranduba.
A comerciante Fátima Alencar, por exemplo, disse que as vendas caíram, especialmente de congelados. “As pessoas compram menos porque têm medo que volte a faltar energia”, revelou a comerciante. Para a dona de casa Claudia Moreira Silva, a situação é complexa porque queimou sua geladeira e, desde aquele dia, não conseguiu dinheiro para o conserto. “Vou procurar meus direitos, saber se posso pedir esse dinheiro para pagar minha geladeira”, afirmou.
Atendimento – Até a quarta-feira (11/09), a DPE-AM estará no Posto de Atendimento ao Cidadão (PAC) de Iranduba, mas dos dias 12 a 14, estará com equipe também no PAC de Manacapuru, outro município atingido pelo apagão elétrico. “Pessoas que tenham interesse em entrar com ação, ou que tenham dúvida sobre o assunto, pode procurar o posto da Defensoria”, explicou Juliana.
Documentos – Os documentos necessários são cópias da Carteira de Identidade (RG), do CPF, comprovante de residência e qualquer documento que comprove os danos sofridos, seja foto, testemunha ou nota fiscal de aparelho danificado.
Estão em atendimento no município de Iranduba os defensores Juliana Linhares Lopes, Christiano Pinheiro da Costa, Elias Cruz Lima Junior e Rodolfo Bernardo Lobo.