Toda semana, a cena é a mesma numa das turmas do 3º ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual Caetano Petráglia, em Franca. A professora Alessandra Aparecida das Chagas senta numa cadeira, de frente para os pequenos, e pega um livro, escolhido previamente pela turma.
Ela então lê pausadamente e história, e quando o livro chega ao fim, é a vez de um estudante tomar a vez. Mas ao invés de se sentar de frente e ler para os colegas, o estudante fica em seu lugar e acolha um aparelho feito de tubos de PVC. Ele lê o livro e, como mágica, apenas ele escuta a própria voz contando a história.
O objetivo feito de PVC é chamado de “sussurrofone” e vem ajudando a professora Alessandra a manter a disciplina e aumentar o interesse pela leitura na sala. O objeto é muito parecido com um telefone. Produzido com tubos de PVC retos, conta com curvaturas nas pontas para captar a voz e registrar o ruído. Com aproximadamente dez centímetros, ele permite que o aluno fale por um lado e escute a própria voz na outra extremidade.
“A ideia veio quando percebemos que alguns alunos tinham dificuldades com a leitura e falavam muito alto nas aulas. Queríamos que a criança ouvisse a própria voz e em forma de sussurro, desenvolvendo assim a fonologia e aprimorando a pronúncia das palavras”, conta a professora. No 3º ano do Ensino Fundamental, uma das prioridades no processo da aprendizagem é aprimorar a dicção das palavras e a fluidez da leitura, uma vez que os estudantes estão em processo de alfabetização.
O “sussurrofone” também fez com que as crianças aumentem a concentração e a diminuam as conversas paralelas em sala de aula. “É um projeto criativo e que pode ser feito em todas as escolas, seja em turmas que estão em processo de alfabetização ou para outros projetos de leitura”, comemora a professora Marli da Silva.