O número de casos notificados de malária no Amazonas reduziu 20%, no período de janeiro a agosto de 2019, em comparação com o mesmo período do ano de 2018.
De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), foram registrados 41.062 casos em 2019. Enquanto em 2018 os registros foram de 51.566.
A redução é importante, principalmente neste período, no qual concentra o maior número de casos.
Para reforçar o planejamento estratégico de controle da doença, a FVS-AM realiza de 23 a 27 de setembro a Reunião de Avaliação das Ações de Vigilância, Prevenção e Controle da Malária no Amazonas, a partir das 8h, no auditório da Faculdade Estácio, situada na avenida Constantino Nery, nº 3.693, bairro Chapada, zona centro-sul.
O evento irá reunir profissionais que atuam em 40 cidades amazonenses nos programas municipais de combate à malária. A programação inclui a participação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Ministério Saúde (MS), Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz-RJ), além da presença do secretário de Estado da Saúde, Rodrigo Tobias, e da diretora-presidente da FVS, Rosemary Costa Pinto.
Para a diretora da FVS, é de interesse da fundação promover debates sobre um assunto que não pode sair de pauta. “Malária é a doença que mais acomete os amazonenses. Essa rotina endêmica fez com que a população rural banalizasse a doença, e encarando a malária como algo normal, como por exemplo, ficar doente 5, 11, 20 vezes”, comentou.
Rosemary explica que quando o paciente abandona o tratamento de forma precoce, esse indivíduo passa a ser a fonte de infecção do mosquito. “O diagnóstico e o tratamento oportunos também serão analisados durante a oficina, para identificar se as estratégias executadas nos municípios estão apresentando resultados, pois todos os anos a maior parte do recurso financeiro da FVS é destinado à capacitação e insumos para o controle de endemias no Amazonas”, avaliou.
O diretor técnico da FVS-AM, Cristiano Fernandes, reforça que durante uma semana esses profissionais de saúde irão analisar os avanços e retrocessos do controle da malária no Estado e identificar os principais entraves e superá-los. “Os desafios são inúmeros, sejam eles geográficas ou humanas. Mas é preciso enfrentá-lo para avançar nas ações de controle”, disse.
Oficina – Durante a Oficina será lançado o selo para Eliminação do Plasmodium Falciparum, para os municípios de baixa transmissão. Segundo o chefe de Departamento de Vigilância Ambiental, Elder Figueira, com uso de estratégias bem direcionadas é possível diminuir significativamente os casos de malária falciparum no Amazonas. Elder acrescenta que este tipo de malária é a mais grave e pode em um curto espaço de tempo levar o paciente à morte, por isso é tão importante o controle visando proteger a saúde dos que residem no Amazonas.
A programação é intensa e abordará temas como: “Conhecendo os fatores determinantes e condicionantes que potencializam o aumento de casos de malária”, “O uso do Sistema de Informação da Malária como instrumento para tomada de decisão nas ações de prevenção, controle e eliminação da malária”, “Supervisão em laboratórios- princípio determinante para o processo de gestão”, “Estratégias de aprimoramento do processo de trabalho: Planejamento das ações”.
Interior – O Boletim Epidemiológico de Malária aponta que, dos 62 municípios amazonenses, 38 cidades apresentaram redução de incidência da doença: Tabatinga, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Amaturá, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Fonte Boa, Jutaí, Alvarães, Japurá, Juruá, Tefé, Anamã, Anori, Manacapuru, Novo Airão, Codajás, Autazes, Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba, Manaus, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, Itacoatiara, Itapiranga, São Sebastião do Uatumã, Silves, Urucará, Maués, Carauari, Envira, Guajará, Itamarati e Borba.
Já os municípios que apresentaram aumento da incidência da doença foram 20: São Paulo de Olivença, Maraã, Uarini, Beruri, Caapiranga, Coari, Manaquiri, Nova Olinda do Norte, Nhamundá, Eirunepé, Ipixuna, Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Pauini, Tapauá, Apuí, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã. Outras três cidades do Amazonas (Urucurituba, Boa Vista do Ramos e Barreirinha) não apresentaram nenhum caso de malária.