A campanha “Violência contra a mulher não é fake news”, da Radioagência Senado, ganhou o primeiro lugar no Prêmio de Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Concebida para fazer parte das ações de engajamento da Rádio Senado no movimento mundial dos “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, promovido desde a década de 90 pela ONU entre os meses de novembro e dezembro, a campanha conquistou o prêmio na categoria “Iniciativas em Redes Sociais”.
Por 16 dias, nas mídias sociais da Rádio Senado, posts chamavam a atenção do internauta para manchetes de casos reais e para os números alarmantes da violência contra a mulher no Brasil. A ligação com o fenômeno das notícias falsas teve dupla função: reforçar tanto a importância do jornalismo de qualidade, que cobre de forma responsável a tragédia da violência de gênero em nosso país, quanto dar credibilidade à palavra da mulher que denuncia agressões.
— Quantas mulheres têm medo? Quantas mulheres não falam? Então, os casos que vêm à mídia não podem de maneira nenhuma ser tratados como fake news, porque já são casos de coragem, da mulher que teve oportunidade de denunciar. Então, ao mesmo tempo que criou uma campanha, a gente também valorizou o trabalho do bom jornalismo — destaca o jornalista Rodrigo Resende, um dos idealizadores da campanha.
A Rádio Senado já é veterana em premiações por suas reportagens especiais, mas este foi o primeiro reconhecimento público de uma ação da emissora em mídias sociais. A imagem teve, assim, papel preponderante e precisou ser pensada com cuidado, como explica o publicitário Hunald Vale, responsável pela arte da campanha e que recebeu o prêmio em nome da equipe da Radioagência.
— Fiz uma pesquisa no site da ONU Mulheres. A cor predominante é o laranja, que é uma coisa de alerta, de atenção. Debati a questão da imagem que ficaria de fundo, imagem de uma mulher dando um sinal de stop, de ‘pare’. Trabalhei os outros elementos visuais. Foi meu primeiro prêmio em 15 anos de Rádio.
A jornalista Renina Valejo, que também esteve à frente da campanha, considera importante dar visibilidade a problemas como a violência contra a mulher, tão presente na vida dos brasileiros e cujo debate público por vezes se reduz a argumentos machistas que buscam culpar a vítima pela violência sofrida.
— A gente entende isso como parte da nossa missão institucional, também na perspectiva da comunicação pública de prestação de serviço para a gente poder abrir um espaço de discussão.
O Prêmio CNBB foi entregue no dia 19 de julho, durante o 11º Mutirão Brasileiro de Comunicação, em Goiânia, Goiás. O troféu da área de internet leva o nome de Dom Luciano Mendes de Almeida, ex-arcebispo de Mariana, Minas Gerais, que morreu em 2006. Esse foi o 39º prêmio conquistado pela Rádio Senado desde 2005.