Após decisão tomada em comum acordo com o colegiado de líderes, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) decidiu convidar a Prefeitura de Manaus para prestar esclarecimentos sobre como tem conduzido as acusações de uso indevido da máquina pública, feitas por meio de notícias veiculadas na mídia local, no caso que gerou o homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues. O convite foi oficializado nesta terça-feira (8/10), por meio de ofício assinado pelo próprio presidente da Casa Legislativa, vereador Joelson Silva (PSDB), em consonância com todos os vereadores presentes na sessão plenária.
A reunião com representantes da prefeitura está programada para as 10h desta quarta-feira (9), no plenário Adriano Jorge, da CMM.
De acordo com o presidente Joelson Silva, a vinda dos representantes do Executivo à Câmara, foi tomada em momento oportuno e, com intuito de informar à população sobre as providencias tomadas diante das denuncias que apontam suposto uso indevido da estrutura pública do município no caso. É preciso, no entendimento do parlamentar, por um basta na guerra de contra informação promovida com intuito meramente eleitoreiro.
“Eu não procuro ficar na mira dos holofotes, isso não me interessa. Tenho compromisso e comprometimento com esta Casa e com a sociedade, assim como cada um dos vereadores que hoje se indignam com acusações levianas, que tentam denegrir a imagem deste Poder”, afirmou Joelson Silva lembrando que se trata de homicídio e, existem etapas que precisam ser cumpridas, na investigação policial e no processo judicial.
“Quem está cuidando desse caso, neste momento, é a polícia, e por isso não queremos queimar etapas antes da investigação ser concluída”, disse o presidente, antes da leitura do ofício.
De acordo com o líder do prefeito na CMM, vereador Marcel Alexandre (PHS), é importante que todas as informações sejam esclarecidas, mas no seu devido tempo, e que o Poder Legislativo Municipal respeite o momento doloroso que a família enfrenta neste momento. “Eu vi as lágrimas derramadas pela mãe do engenheiro, durante a missa de sétimo dia, enquanto ela pedia por justiça, e é isso que nossa Casa vai fazer, para que a justiça seja feita, por meio desse ofício que será levado à prefeitura”, disse.
Apoio
Embora representados pelos seus líderes partidários, que tomaram a decisão de convidar o Executivo para vir à Câmara dar informações sobre a apuração das denuncias de suposto uso da máquina publica no caso da morte do engenheiro Flávio Rodrigues, vários vereadores fizeram questão de assinar o ofício-convite e também se manifestar da tribuna, sobre a condução do processo por parte do presidente Joelson Silva.
O vereador Cláudio Proença (PL), elogiou o comportamento da presidência da Câmara que, em nenhum momento, usou o caso para promoção política. “Quero agradecer ao presidente Joelson Silva que, se reuniu com o colegiado de líderes, para decidir de forma democrática, sobre o envio do ofício, que vai proporcionar os devidos esclarecimentos quanto a este assunto”, afirmou.
Para o vereador Dante (PSDB), nem tudo será esclarecido nesta reunião, pelo fato do caso estar sendo investigado em sigilo de justiça, mas disse esperar, que a vinda dos representantes da Prefeitura à Câmara, possa, de uma vez por todas, deixar claro que os vereadores não estão omissos ao caso. “A investigação é sigilosa, e, portanto, nem tudo será falado nesta quarta, nem deve, mas espero que todos possam ver que estes parlamentares representam o povo sim, e que estão trabalhando em prol do povo, de seus eleitores, e que não usamos este fato para nos promover politicamente, e esclarecendo isso podemos separar o joio do trigo definitivamente”, disse.
O vereador Bessa (SD), reforçou que a Câmara não tem poder de polícia, de investigar um homicídio, e que esse processo é de competência da polícia civil. “Não temos nenhuma investigação aqui na Câmara, esse é papel da polícia. Logo, não estamos barrando nenhuma investigação, só acreditamos que é preciso aguardar o resultado do que está sendo investigado, para aí sim, tomarmos um posicionamento sobre o caso. Como podemos falar qualquer coisa se ainda não tem nada de concreto?”, indagou o parlamentar.
Para Raulzinho (DEM), com o envio do ofício à prefeitura, a CMM demonstra mais uma vez que trata as questões da cidade como elas devem ser tratadas: com seriedade e transparência. “É uma atitude honrosa de vossa excelência, presidente. A verdade aparecerá, e tenho certeza que tudo será esclarecido da melhor forma possível”, concluiu.
Solidariedade
Jaildo dos Rodoviários (PCdoB) também parabenizou a mesa-diretora e todos os vereadores envolvidos, e observou que o momento também é de solidariedade com as famílias dos supostos envolvidos no homicídio do engenheiro.
“Temos que tomar atitudes que sejam de acordo com o dever e a competência desta casa. A Câmara não tem poder de investigar morte, mas pode dar resposta à sociedade a respeito da situação do policial envolvido. Estamos fazendo o nosso papel de aprovar esse documento. Parabéns pela paciência, benevolência de escutar e tomar a decisão correta, presidente”, disse.
Texto: Tiago Ferreira e Valdete – Dircom/CMM
Foto: Aguilar Abecassis – Dircom/CMM