“Todos pela vida” em alusão ao Setembro Amarelo é o mote utilizado pelos participantes da hidroginástica do Centro de Convivência Estadual do Idoso (Ceci), coordenado pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) e parceiros. A direção do Centro, situado no bairro de Aparecida, zona sul, preparou uma programação especial para toda a semana, incluindo também “aulão” de ginástica funcional, roda de conversa, palestras com essa temática e muito mais, chamando a atenção para o valor da vida.
Para a diretora do Ceci, a psicóloga Ítala Rodrigues, é preciso levantar a autoestima desse público, em sua maioria, da terceira idade, ficar atento aos sinais de depressão e procurar envolvê-los nas inúmeras atividades que o local oferece. Com base nos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que apontam que nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas, a dirigente do Centro defende que a prevenção é fundamental para reverter esse quadro. “Nossa intenção é propiciar ajuda e atenção adequadas a essas pessoas para reduzir esses números “, disse.
A aula de hidroginástica desta terça-feira (17) teve como temática “Desabafar para não desabar”, uma forma de orientar os participantes a conversar sobre os seus problemas e a pedir ajuda quando sentirem algum tipo de tristeza. O evento contou com a participação de um público formado por em torno de 60 participantes, entre homens e mulheres, da terceira idade. A proposta é manter esse ritmo por todo o mês de setembro, nas aulas que acontecem às terças e quintas-feiras pela manhã.
De acordo com a aposentada Luzanira Félix dos Santos, 77 anos, frequentadora do Centro há vários anos, a hidro lhe faz um bem enorme, sobretudo com relação as dores que sente na coluna. O mesmo sentimento expôs Sonia Tereza Ribeiro, 70 anos, que há seis anos participa das atividades do Ceci. “Antes sentia dores em todo o corpo, além disso uma tristeza tomava conta do meu ser”, disse a aposentada, admitindo ter rejuvenescido uns 20 anos. Ela participa também de palestras, passeios e viagens. Com 68 anos de idade, Fátima Filgueira se voltou nos últimos três anos para as atividades do Ceci. “Me sinto muito bem, inclusive de um problema no joelho que me afligia muito”, frisou.
De acordo com a professora de hidroginástica, Mileide Queiroz, a participação da turma é intensa; uma atividade muito procurada no Centro, até por ser uma das que tem menos impacto, já que a maioria dos idosos apresenta artrite, artrose e osteoporose, daí ser bastante recomenda pelos médicos. Na opinião da professora, a hidroginástica proporciona diversos benefícios como condicionamento físico e respiratório; melhora a autoestima e ajuda na ressocialização. “O Setembro Amarelo é uma forma de tirar os aposentados de casa, fazer conversar e se exercitar, e, com isso, eles ganham melhor qualidade de vida”, sintetizou.
Prevenir sempre – Além de trabalhar a questão da depressão do idoso, a equipe de profissionais do Ceci, formada por psicólogos, assistentes sociais, professores etc., procura orientá-los no sentido de que possam identificar vestígios da doença nos filhos, netos, bisnetos, para evitar traumas neste sentido nas famílias. Segundo Ítala Rodrigues, a maioria dos usuários tem muita vontade de viver, são ativos, mas sempre existe o isolamento decorrente da idade, sinais de tristeza, falta de vontade de viver decorrente da falta e amor nas famílias. “A gente faz esta chamada de atenção para que eles não percam o sentido da vida”, disse a diretora ressaltando que a programação tem o viés de prevenir.
O Centro que possui 3 mil participantes cadastrados e que frequentam o local regularmente das 7h às 21h, de segunda a sexta-feira.