A Comissão de Educação (CE) discutiu, em audiência pública nesta quinta-feira (22), como o método de ensino “Sathya Sai Educare” pode ajudar o ensino tradicional. A técnica indiana é conhecida por integrar ensino convencional a conhecimentos para a formação do caráter, com o desenvolvimento de valores humanos.
Os primeiros devotos do mestre Sathya Sai Baba do Brasil começaram a surgir em 1981, quando o professor de Yoga José Hermógenes levou seus alunos para conhecerem locais sagrados da Índia. Desde então, as escolas Sathya Sai já formaram mais de cinco mil professores e oferecem cursos regulares para educadores nas três escolas que existem no país.
O presidente do Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil, Rodrigo Cury, explicou que a técnica educativa não é tão diferente da aplicada hoje em dia nas escolas convencionais, no entanto, vai além de simplesmente fornecer informações e busca resgatar valores humanos que estão sendo perdidos.
— Algumas pessoas falam: devem ser crianças frágeis, crianças que falam em amor, amizade… Mas é justamente o contrário, são crianças que se sentem seguras, que foram acolhidas, que puderam se expressar, que desenvolveram sua capacidade de se expressar sua autoconfiança, sua força interior e por conta disso estão mais preparadas que as demais para enfrentar os desafios do dia a dia.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que solicitou a audiência, trouxe relatos sobre como a experiência da educação Sathya Sai foi transformadora em sua vida.
— Comecei a mergulhar com todas as minhas limitações e imperfeições nesse programa e percebi que os valores ali implantados – que são cinco: paz, amor, não violência, retidão e verdade — fazem toda a diferença.
Durante a audiência pública, os participantes cobraram mais interesse dos políticos na educação brasileira. Igor Queiroz, presidente do Instituto Myra Eliane, que discute educação infantil, comparou o modelo brasileiro com o de países europeus e criticou a falta de recursos.
— Quantos outros senadores têm aqui? Quantos outros deputados têm aqui? Quantos outros ministros de educação, quantos representantes têm aqui nesse momento pela educação infantil? Nos países desenvolvidos não é assim! Nas economias modernas o recurso financeiro empregado em educação infantil não é gasto, é investimento.
O senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) elogiou a iniciativa Sathya Sai. Ele aproveitou para questionar a fiscalização do Fundeb – principal fonte de financiamento da educação básica no Brasil.
— Educação não é só dar dinheiro. Não é Fundeb bilionário e aplicar aonde nem se sabe onde está aplicando. É imprescindível ter dado estatístico, ter informação, saber com quem a gente está lidando. Porque não é fácil transformar uma vida que veio do zero, dentro de um local de crime, de violência, prostituição e drogas — afirmou.
Da Rádio Senado
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)