Uma audiência pública para apresentar as pesquisas realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Evandro Chagas será realizada na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) nesta quarta-feira (14). O requerimento foi feito pelo senador Paulo Rocha (PT-BA).
A Fiocruz e o Instituto Evandro Chagas são vinculados ao Ministério da Saúde e atuam nas áreas de pesquisas biomédicas e na prestação de serviços em saúde pública. Desde 1900 a Fiocruz realiza pesquisas promovendo a saúde e o desenvolvimento social, sendo hoje uma destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina. Já o Instituto Evandro Chagas foi fundado em 1936, em Belém, e desenvolve estudos e investigações nas áreas de ciências biológicas, meio ambiente e medicina tropical.
Segundo o senador Paulo Rocha, é necessário debater as pesquisas realizadas, pois elas abordam assuntos de interesse da sociedade brasileira, principalmente às pessoas que atuam na área de saúde pública.
A reunião contará com representantes das duas instituições e será realizada no plenário 15, da ala Alexandre Costa, às 10h.
Pesquisa Nacional sobre o consumo de drogas
A pesquisa mais recente divulgada pela Fiocruz foi o III Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, lançada no último dia 8. O estudo coordenado pela Fundação é a maior pesquisa sobre drogas lícitas e ilícitas já realizada em território nacional e contou com a colaboração de várias instituições, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Entre maio e outubro de 2015, pesquisadores entrevistaram cerca de 17 mil pessoas em todo o Brasil, com idades entre 12 e 65 anos. Os entrevistados responderam a questões quanto ao uso, o abuso e a dependência de diversas substâncias, como tabaco, álcool, cocaína, maconha, crack, solventes, heroína, ecstasy, analgésicos opiáceos, LSD e quetamina.
Os resultados mostram que a maconha é a droga mais utilizada no país, pois 7,7% dos brasileiros dizem ter usado ao menos uma vez. Em segundo lugar está a cocaína, com 3,1% de usuários.
A pesquisa resulta da parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça, porém sua divulgação foi inicialmente embargada pelo governo sob alegações de que a metodologia utilizada na pesquisa não cumpria todas as exigências do edital.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, contestou o resultado do estudo e o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, ressaltou que a metodologia utilizada não foi adequada. A Fundação rebateu às críticas, no entanto, argumentando que todos os critérios solicitados no edital foram atendidos.
Após um acordo entre a Advocacia Geral da União (AGU), o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Fiocruz, a pesquisa foi divulgada e disponibilizada para consulta pela internet.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)