Uma casa é cheia de armadilhas para crianças. Piscinas, escadas, tomadas, panelas no fogo. A lista de perigos é grande, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM). Um descuido de pais ou responsáveis pode abrir brechas para a ocorrência de acidentes com sequelas para uma vida inteira.
Em 2019, foram registrados 23 casos de acidentes domésticos entre os meses de janeiro e julho. A adoção de medidas de segurança é fundamental para proteger a garotada dos perigos, mas também é fundamental saber como agir diante de um acidente.
Tenente do Corpo de Bombeiros, a pediatra Nayara Dias explica que as medidas de segurança devem ser adotadas conforme a faixa etária da criança, pois há acidentes mais comuns que variam de acordo com a idade e o desenvolvimento neuropsicomotor.
“Janelas e portas devem estar sempre fechadas ou protegidas por grades e telas, evitando assim um acidente com maiores consequências”, afirma. É necessário ter atenção com tomadas elétricas e com a fiação, que devem estar protegidas do alcance de crianças e fixadas no alto. Carregadores de aparelhos celulares e outros eletrônicos devem estar desligados sempre que não estiverem em uso.
Outra situação a que os pais devem estar atentos é em relação aos móveis, especialmente de ambientes a que a criança tem acesso. O ideal é que mesas, por exemplo, tenham o canto arredondado, devendo-se evitar ainda aquelas que facilitem a proximidade com janelas. As cortinas não devem ter puxadores, pois isso facilita enforcamentos. Quanto às escadas, todas devem possuir corrimão e portões para evitar quedas.
Os pais, quando em companhia de seus filhos, devem dedicar sua atenção a eles, evitando distração com celulares e outros. “Infelizmente, a maioria dos acidentes domésticos ocorre quando as crianças estão sob o cuidado dos pais”, afirmou Dias, que sugere que os responsáveis façam um curso de primeiros-socorros. Em todo caso, os pais devem procurar ajuda do Corpo de Bombeiros, pelo número 193, ou do Samu, pelo 192.
Veja os riscos
Escadas e energia elétrica: Enquanto acidentes com escadas podem causar fraturas sérias e até mesmo traumatismo craniano, situações de descargas elétricas podem ocasionar choques, queimaduras elétricas, convulsão e até parada cardíaca.
Intoxicação: Pode ser causada por medicamentos, produtos de limpeza, cosméticos e até mesmo animais peçonhentos. Os efeitos de uma intoxicação podem causar desde alergias simples até queimaduras no esôfago e uma possível parada cardíaca. Materiais de limpeza devem ser mantidos fora do alcance de crianças e em suas embalagens originais.
Piscinas: Conforme a pediatra Nayara Dias, todas as crianças devem ser supervisionadas, por mais que saibam nadar. É necessário que um adulto esteja atento ao que ocorre dentro da piscina e que a mesma tenha um acesso restrito, com grades de proteção, preferencialmente. Outras orientações incluem sempre desligar a bomba da piscina e usar o ralo antissucção, além de não brincar de prender a respiração e pegar objetos no fundo da piscina. Qualquer recipiente que acumule água, como baldes, deve estar protegido ou vazio. Uma criança pode se afogar em 5 cm a 8 cm de água em apenas 30 segundos.
Quedas: Para evitar acidentes ocasionados por quedas, as crianças devem ser supervisionadas constantemente, principalmente em lugares altos. Os responsáveis devem restringir o acesso a lugares como escadas e colocar grades ou telas nas janelas. No Amazonas, como o uso de redes é constante, elas não devem estar a mais de 30 cm do chão e, se possível, devem ter um colchão abaixo. Pisos antiderrapantes devem ser colocados tanto em corredores como em banheiros e escadas. Estes ambientes também devem ser iluminados e sem objetos que obstruam o caminho.