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Bolsista cria papel para ajudar na luta antidrogas
Publicado: Segunda, 16 Setembro 2019 17:05 , Última Atualização: Segunda, 16 Setembro 2019 17:05
Bacharel e doutor em Química pela Universidade de São Paulo (USP) e atualmente se especializando em perícia criminal, Wilson Akira Ameku, desenvolveu em sua pesquisa dispositivos capazes de auxiliar a polícia científica a rastrear a distribuição de cocaína. Chamado de Sers-ePAD, o artefato – feito à base de papel – é portátil e de baixo custo.
Como surgiu seu interesse em trabalhar com este tema?
A versatilidade do papel sempre me chamou atenção. O papel possui estrutura celulósica de natureza inerte, porém seus grupamentos químicos podem ser ativados para inserção de novos grupamentos funcionais. Além disso, o papel é um material abundante, barato, leve, flexível e reciclável. Combinando essas propriedades do papel e o interesse pelas ciências forenses surgiu o projeto de doutorado.
Qual o objetivo da sua pesquisa?
Esses dispositivos possuem características de baixo custo e são descartáveis. Deste modo, evitamos contaminações nas análises posteriores, em plataforma de papel. Nos trabalhos publicados procuramos abordar sempre os métodos de fabricação, caracterizações extensivas e aplicação em problema de relevância global como o tráfico de drogas ilícitas.
Qual a importância do seu trabalho para a realidade brasileira?
O aumento das taxas de violência está relacionado, entre outros fatores, ao tráfico de drogas. A venda de drogas ilícitas é uma das atividades que gera receita para as organizações criminosas que disputam o domínio do mercado de consumo e as rotas de distribuição de drogas. Isto acarreta violência.
O dispositivo em papel desenvolvido para análises de amostras apreendidas de cocaína tem o objetivo de contribuir na contenção do tráfico de drogas. As amostras de cocaína apreendidas possuem em sua composição fármacos como cafeína, levamisol, paracetamol, entre outros.
Qual foi o papel da CAPES no projeto?
Com o auxílio da CAPES pró-forenses pude me dedicar de forma integral à pesquisa e desenvolvimento do sensor em papel e de outros dispositivos em colaboração em trabalhos paralelos que foram publicados em revista de grande relevância.
Quais são seus próximos passos?
Meu objetivo é continuar essa linha de pesquisa de desenvolvimento de sensores em plataforma de papel. Porém, diversificando sua aplicação para, por exemplo, ser usado nas análises de amostras farmacêuticas adulteradas (sildenafil). Talvez estender para a quantificação de glicose em amostras clínicas, uma vez que altas concentrações de glicose causam diabetes e milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem com essa doença.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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