A 13ª Comissão de Direitos Humanos, Povos Indígenas e Minorias realizou na tarde desta terça-feira (16/4) na Câmara Municipal de Manaus (CMM) uma Audiência Pública para discutir políticas públicas para os povos indígenas no contexto urbano. O encontro, que contou com a participação de várias etnias indígenas foi realizado no auditório Zany dos Reis e teve a presença de representantes da Arquidiocese de Manaus, Ministério Público Federal (MPF), Secretarias Municipais de Saúde (Semsa), de Educação (Semed), Subsecretaria Municipal de Habitação e Assuntos Fundiário (SUBHAF) e Secretaria de Estado de Saúde (Susam).
Proponente da audiência, o vereador Elias Emanuel (PSDB), enfatizou a importância de discussões como esta, principalmente em Manaus, que é a primeira capital do país no ranking de população indígena. “Temos uma população de 35 mil a 50 mil indígenas na capital do Amazonas, o que nos coloca como primeira capital do país a ter uma população tão grande no contexto urbano, por isso é importante que discussões como esta sejam realizadas com mais frequência, para que este segmento da sociedade possa ter uma atenção maior por parte do poder público”, disse o parlamentar.
Atenção esta, que segundo a subsecretária de Gestão da Semed, Alzenir Araújo, vem sendo dada pela atual gestão da pasta. “Temos trabalhado constantemente com a inserção dos povos indígenas e sua cultura em nossas escolas, prova disso é que somos a primeira cidade do Brasil a ter diretrizes voltadas para este público. Além disso, vamos transformar 19 espaços culturais da prefeitura em Centros de Educação Indígena, onde os alunos vindos das comunidades indígenas possam estudar e fortalecer sua cultura”, adiantou Alzenir, que ainda afirmou que a Semed vai implantar o Conselho de Anciãos Indígenas e que estuda um plano de cargos e carreiras para os professores indígenas.
Na área da saúde, a coordenadora da saúde indígena da Semsa, Vanja Leal, afirmou que é feito um trabalho árduo da secretaria para garantir a saúde nas comunidades indígenas. “Sabemos da dificuldade dos povos indígenas no acesso a saúde básica e desde que assumimos esta pasta, temos atuado arduamente para levar saúde aos índios que moram na área urbana de Manaus. Fizemos um trabalho de geolocalização para encontrar todos que vivem na capital para ampliar ainda mais a nossa atuação”, disse.
Para o presidente da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), Turi Satere Maué, o que a maioria dos índios deseja, é a possibilidade de se formar dentro de suas comunidades. “Queremos é fazer uma graduação perto de onde moramos, sem a necessidade de sair das aldeias, para que possamos atuar em nossas comunidades para manter nossa cultura viva. Muitas comunidades instaladas em Manaus conseguem manter nossos costumes, mas é preciso pensar em políticas públicas que cheguem a nossas aldeias”, disse.
Texto: Tiago Ferreira – Dircom/CMM
Foto: Aguilar Abecassis – Dircom/CMM