Pelo Campeonato Paulista, meia marcou “gol que Pelé não fez” e deu vitória ao Tricolor contra o Palmeiras
Ary tinha apenas sete anos de idade quando, pela tela da televisão, viu o São Paulo ser campeão brasileiro. No meio de São Luís do Maranhão, nascia uma paixão. Muitos poderiam considerar a relação entre ela e o Tricolor uma espécie de amor platônico, de tão distante. Mas o futebol tem a mania de escrever histórias e o destino decidiu uní-los 12 anos depois. Camisa 10 e referência do time, Ary entra em campo neste domingo para tentar colocar o São Paulo novamente na final de um Campeonato Brasileiro.
– É um sonho realizado. Jogar no meu time do coração depois sair da minha cidade, lá do Nordeste. Nunca me imaginei aqui. Eu virei torcedora do São Paulo na inocência de criança quando eu tinha sete anos e o time foi campeão brasileiro. Foi ali que me apaixonei pelo clube. Desde então eu amo o São Paulo. É uma relação de amor que não vai acabar tão cedo – declarou a meia.
Diante de sua torcida, o São Paulo abre a semifinal do Brasileiro Feminino A-2 neste domingo contra o Palmeiras, no Pacaembu. O adversário é ainda mais especial para a maranhense. Acostuma a assistir a grandes duelos entre o Tricolor e o Alviverde, ela terá a oportunidade de deixar seu nome marcado na história dessa rivalidade.
“É uma relação de amor que não vai acabar tão cedo“
E não seria a primeira vez. São Paulo e Palmeiras já se enfrentaram duas vezes este ano, ambas pelo Campeonato Paulista. Na segunda partida, com mando do Tricolor, Ary brilhou. Foi dela o gol da vitória por 2 a 1. No gramado eternizado por tantos ídolos, a camisa 10 caprichou. Um golaço quase do meio campo, como aquele que “nem Pelé conseguiu fazer”.
– As meninas já tinham me falado. Eu conheço um pouco a Jully (goleira do Palmeiras), porque ano passado estivemos juntas na Seleção. É uma característica dela sair do gol. Avisaram que ela estava adiantada. Eu nem olhei muito para o gol, mas achei que ela estava fora (de posição). Acabei chutando, graças a Deus fui muito feliz. Espero que amanhã também tenhamos uma bela lembrança – recordou.
Na comemoração, Ary não escondeu sua euforia. Deu socos no ar, apontou para o número de sua camisa e mostrou o escudo para os torcedores do São Paulo. Por fim, cumprimentou seu maior fã, que esperava por ela encostado ao alambrado. Com apenas três anos, Enzo Miguel é um companheiro e tanto para a meia. Mais do que isso, tem dado sorte para ela, que conta novamente com seu “amuleto” para a semifinal.
– Meus pais moram aqui em São Paulo e todo jogo eles vêm. Eles e o meu irmão, meu pequeno amuleto de três anos. Toda vez que ele veio e entrou comigo no estádio, a gente não perdeu. Espero que seja assim por mais uma partida – disse.
Ary e o irmão, Enzo Miguel, seu amuleto nos jogos no Pacaembu
Créditos: Rubens Chiri/São Paulo