A Prefeitura de Manaus iniciou neste mês de julho o projeto “Intensificação do Exame de Pele nos Escolares” para busca ativa de casos suspeitos de hanseníase. A meta é atender 95.851 alunos matriculados em 177 escolas estaduais e municipais inseridas no Programa Saúde na Escola (PSE), desde os escolares das creches até Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O projeto foi elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Núcleo de Controle da Hanseníase e a coordenação do PSE, em parceria com a Fundação Alfredo da Matta e apoio das secretarias de Educação do município (Semed) e do Estado (Seduc). As atividades seguirão até 2020, com a oferta do exame de pele nas escolas pelas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
De acordo com a chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase, Ingrid Simone Alves dos Santos, o projeto foi idealizado para implementar as ações de vigilância epidemiológica na rotina de trabalho das equipes de saúde que atuam no PSE, em especial na realização do exame de pele no mínimo uma vez ao ano, com a busca ativa de casos novos de hanseníase, assim como o exame de contatos sociais e familiares de alunos diagnosticados com a doença.
“O trabalho também pretende estimular o autoexame entre alunos e familiares. Além das escolas do PSE, a Semsa incluiu no projeto sete escolas municipais e duas estaduais localizadas no bairro Colônia Antônio Aleixo, mantendo o monitoramento do perfil epidemiológico da comunidade”, informou Ingrid Santos, explicando que os alunos deverão apresentar formulário com a autorização dos pais ou responsáveis para a realização dos exames.
Na segunda etapa do trabalho, no caso de confirmação do diagnóstico, os pacientes serão acompanhados pelas equipes de saúde do início ao fim do tratamento. “Também será feito o monitoramento por um período de cinco anos dos contatos sociais e familiares do paciente. Com isso, será possível fazer a detecção precoce de hanseníase na hipótese de um dos contatos apresentar sintomas da doença, iniciando o tratamento rapidamente e, assim, evitando sequelas graves para o paciente”, destaca Ingrid.
A hanseníase é uma doença infecciosa, transmissível, causada pelo bacilo de Hansen. A transmissão acontece de uma pessoa infectada com o bacilo, que não esteja recebendo o tratamento, para uma pessoa sadia, por meio de secreções nasais, tosses e espirros, a partir do convívio próximo e prolongado. Com evolução lenta, a doença apresenta principalmente sinais e sintomas dermatoneurológicos: nervos e pele. Mas alguns casos não apresentam manchas na pele, apenas sintoma neurológico, com perda da força muscular e perda de sensibilidade nos nervos, podendo ser confundido com doenças como reumatismo ou Lesões por Reforço Repetitivo (LER).
De acordo com Ingrid Santos, no ano passado foram registrados 121 casos novos de hanseníase em Manaus, com uma redução de 5,46% em relação a 2017. Este ano, já foram notificados 70 casos novos da doença, com seis casos em menores de 15 anos.
“A hanseníase ainda representa um importante problema de saúde pública no Brasil. Apesar da redução de casos nos últimos anos, o país está entre os 22 que possuem as mais altas cargas da doença, ocupa a 2ª posição na detecção de casos novos e detém 92% do total de casos dos países das Américas. Diante desse cenário, todos os esforços são necessários para o enfretamento da doença, o que envolve compromisso político, ações estratégicas e o estabelecimento de parcerias eficazes e sólidas, visando a redução de casos e das incapacidades físicas”, afirma Ingrid Santos.
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa
Fotos – Marinho Ramos / Arquivo Semcom
Disponíveis em – https://flic.kr/p/22fKWhQ
Alunos receberão oferta de exame de pele para rastreio de hanseníase Prefeitura Municipal de Manaus.