Amistoso de futebol foi realizado no domingo (1º) na Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas
Por meio da prática esportiva, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) promove ações em prol da interação entre as culturas. No último domingo (1º), a Faculdade de Educação Física da instituição sediou o amistoso de futebol “Diversidade em Campo e no Campus”, promovido pela Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) e pelo Serviço de Apoio ao Estudante (SAE).
O evento teve o objetivo de celebrar a diversidade e a inclusão na universidade. De acordo com a professora do Departamento de Antropologia e representante dos docentes de humanas na CSVM, Isadora Lins França, que também acompanhou a atividade, o evento incentiva o diálogo e a promoção do respeito ao tema na instituição.
“A ação da cátedra promove o encontro com populações de diferentes origens, nacionalidades, experiências culturais, que estão aqui na cidade de Campinas e na Universidade. É um momento então rico de troca e diálogo cultural, importante para que consigamos promover um valor fundamental, que é o respeito à diversidade”, salientou.
“A linguagem do futebol é universal. Crescemos nas nossas comunidades entendendo a modalidade. Acredito que é exatamente algo que integra o mundo. O esporte tem essa capacidade de juntar pessoas. Isso é que é bonito. Ganhar não é nosso objetivo principal”, salientou Arlindo Gregório, representante dos Acadêmicos Indígenas, que cursa Engenharia Elétrica na Unicamp e integra a etnia Baré, de São Gabriel da Cachoeira.
Seleção
A equipe haitiana já treina há três anos e tem como meta formar uma seleção do Haiti de Campinas e região. “Tem meninos muito talentosos aqui, com vontade de jogar futebol. Aí surgiu o time”, revelou Julien Milllieu, fundador e atual presidente do clube.
De acordo com ele, a população haitiana na região chega a duas mil pessoas, na maioria imigrante, mas também há refugiados. “Muitos têm Ensino Médio e alguns, Ensino Superior incompleto. Nosso desafio agora é dar oportunidade de voltar a estudar aos que têm vontade”, disse.
“O jogo está em consonância com as políticas de inclusão e permanência da Unicamp. É um evento para mostrar que essa população é bem-vinda dentro da nossa universidade pública”, afirmou Helena Altmann, coordenadora do SAE e membra da CSVM. Para ela, o esporte também favorece a permanência por criar identidade de grupo e sentido de pertencimento ao local.
Além das equipes masculinas, o time feminino indígena também marcou presença no evento. Adilce Ferraz, que estuda Tecnologia em Saneamento Ambiental na Faculdade de Tecnologia de Limeira, explicou que a equipe ainda está em formação. “É a primeira vez que algumas meninas tocam a bola”, contou. A aluna, ao contrário, joga desde o Ensino Fundamental e já participa do time da atlética da faculdade.