Ação fez parte da I Mostra de Experimentos de Física Básica, que aconteceu em São Paulo de Olivença
A comunidade indígena Tikuna de Ütapü, no município de São Paulo de Olivença (a 985 quilômetros de Manaus), recebeu no último sábado (27/07), os alunos do curso de Ciências Biológicas do Programa de Formação de Professores da Educação Básica da Universidade do Estado do Amazonas (Parfor/UEA), com o objetivo de mostrar como a Física está presente no dia a dia e de levar os conhecimentos adquiridos na disciplina Física Básica para dentro da comunidade. A ação fez parte da I Mostra de Experiências de Física Básica.
De acordo com a coordenadora geral do Parfor/UEA, Luciane Lopes, durante a programação da Mostra de Experimentos, os alunos, juntamente com a professora da UEA, Raíssa Zurra Saraiva, proporcionaram uma interação entre a comunidade e a Universidade, uma vez que estes acadêmicos são professores que atuam dentro de comunidades indígenas.
Lopes explica que os acadêmicos iniciaram as demonstrações dos experimentos com explicação em português e tradução para a língua Tikuna. “Os alunos apresentaram experimentos sobre as Leis de Newton, Trabalho e Energia, Fluidos, Óptica, Ondulatória, Eletricidade e Termodinâmica. Cada um desses temas foi abordado com dois experimentos e com dois cartazes que faziam a associação do experimento com a realidade local”, destacou.
Sobre os experimentos – Os alunos associaram as Leis de Newton com o tipiti, artefato de fibra utilizado na secagem da mandioca, e com a forma como ela é arrancada. Já no Trabalho e Energia, eles demonstraram a utilização da prensa no processo de produzir farinha.
Sobre as Leis da Termodinâmica, os estudantes usaram como exemplo o motor rabeta, que a comunidade usa como meio de transporte. Para explanar sobre Óptica, eles relacionaram o processo de difração da luz na produção do arco-íris e a refração da luz quando eles estão pescando.
No tópico da Eletricidade, os estudantes mostraram como os raios atingem as árvores e causam fogo, além de demonstrar como o poraquê (peixe-elétrico) consegue derrubar açaí. Mostrando ainda como os pássaros conseguem planar e como as ondas se propagam, tanto na água, quanto fora dela, eles explicaram sobre Ondulatória e para explicar sobre Fluidos, mostraram como o pirarucu consegue afundar e boiar, e como os flutuantes conseguem se manter sobre os troncos das árvores.
“Os espectadores se mostraram admirados e satisfeitos com os experimentos e com o que aprenderam. Muitos deles anotaram as informações em folhas de papel. Para os acadêmicos, foi uma experiência inovadora e motivadora, pois alguns deles nunca tinham realizado um experimento na vida”, salientou a professora Raíssa Zurra Saraiva.