15:04 – 09/12/2019
Crescido na Escola Estadual Brigadeiro João Camarão, na zona sul de Manaus, João Pedro Barbosa, de 17 anos, teve sua paixão por Matemática incentivada pelos professores e pela gestão da unidade de ensino. O incentivo deu tão certo que o estudante conquistou, neste ano, a sexta medalha na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) – sua segunda de ouro.
“A gente também tem que dar aquele reforcinho em casa, mas a maioria das coisas que fiz foi aqui, na escola, e incentivado pelo professor”, afirmou o estudante.
A conquista de João Pedro garantiu a única medalha de ouro do Amazonas no Nível 3, disputada por estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas. Ao todo, as escolas estaduais tiveram 121 medalhas, nos três níveis: sendo 44 no Nível 1, para alunos do 6º e 7º ano ensino fundamental; outras 45 no Nível 2, para alunos do 8º e 9º anos; e 32 do Nível 3. No total, os três níveis alcançaram a marca de 81 medalhas de bronze, 29 de prata e 11 de ouro, além de menções honrosas.
Estudantes de Apuí, Eirunepé, Iranduba, Itacoatiara, Manaus, Manicoré, Novo Aripuanã, Parintins, Rio Preto da Eva, Santo Antônio do Içá e Tefé conquistaram medalhas de ouro, prata e bronze, além de menções honrosas pelo desempenho. O aluno Antônio Viana Filho, que cursa o 6º ano na Escola Maria Ivone de Araújo Leite, em Itacoatiara, foi o único a conquistar ouro para o interior do Amazonas.
Cerimônia no Rio de Janeiro – Os medalhistas de ouro João e Antônio viajarão ao Rio de Janeiro, onde participarão do Encontro de Medalhistas promovido pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e receberão as medalhas do presidente da República. A data ainda não foi informada.
Preparação – Marcos Antônio Alvim, gestor da Escola Estadual Brigadeiro Camarão, diz que o resultado é fruto da dedicação dos professores e dos alunos, que têm aulas no contraturno para se prepararem melhor para as olimpíadas que fazem durante o ano, inclusive a OBMEP.
“Temos tradição, já tivemos professores e alunos premiados e fomos reconhecidos como escola pela OBMEP. O rendimento melhora e, por isso, a unidade de ensino tem bons resultados. Além disso, reunimos com os pais para mantê-los informados sobre a OBMEP e os benefícios que pode trazer para os estudantes, como uma bolsa de R$ 1,2 mil por ano, independente se [o aluno] foi ouro, prata ou bronze”, destaca o gestor.
Apoio da escola – João Pedro, que já acumula duas medalhas de bronze, duas de prata e uma de ouro, é grato pelo apoio recebido na escola, onde estuda desde os 6 anos. Ele, que será egresso em 2020, espera o resultado do Enem e vislumbra vagas em universidades do Amazonas e de São Paulo.
“O professor Alexandre Duarte começou esse trabalho com a gente e deu partida nesta série de premiações que tivemos, em 2014. Eu gosto das áreas de Exatas, pretendo cursar Engenharia Mecatrônica ou Elétrica e acho que tenho uma boa pontuação para isso. Posso tentar usar meu desempenho na OBMEP para entrar na Unicamp e estou esperando os resultados”, diz o rapaz.
Sobre a OBMEP – Criada em 2005 para estimular o estudo da Matemática e identificar talentos na área, a OBMEP tem como objetivos principais estimular e promover o estudo da Matemática; contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, possibilitando que um maior número de alunos brasileiros possa ter acesso a material didático de qualidade; identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso em universidades, nas áreas científicas e tecnológicas.
As provas de 2019 foram aplicadas em duas fases, a primeira em maio e a segunda em setembro. Participaram cerca de 54 mil escolas e quase 950 mil alunos em todo o Brasil.
FOTOS: EDUARDO CAVALCANTE
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