15:11 – 27/11/2019
O Clube da Madrugada, referência da literatura amazonense, recebeu, na tarde desta terça-feira (26/11), na Praça Heliodoro Balbi, uma homenagem aos 65 anos do grupo. A iniciativa, que ganhou o nome de “Poesia da Praça”, busca reconhecer o valor das obras literárias amazonenses, bem como despertar nos habitantes locais o interesse pela literatura através de encenações, poemas, música e dança.
Promovida pelos alunos do 3º ano do Colégio Amazonense D. Pedro II, a ação foi dividida em etapas, entre a seleção de poemas de obras literárias de escritores amazonenses e a distribuição na praça de forma criativa (balões, cartas e flores). Dez alunos foram escolhidos para apresentação de uma biografia curta e poemas dos homenageados, enquanto o restante dos estudantes fotografava o evento – para, desta forma, criar um vídeo de até dois minutos, dando detalhes breves sobre a atividade.
De acordo com gestor David Martins, a iniciativa estimula os alunos a conhecerem figuras amazonenses importantes para o processo artístico e literário do Estado. “Homenagear o Clube da Madrugada por seus 65 anos é, também, resgatar a história da nossa instituição, visto que estamos situados em frente ao local de apresentações e reuniões do grupo. Além, é claro, de proporcionar aos estudantes o acesso a uma parte da história muitas das vezes esquecida”, disse.
Estímulo – A professora Glaunara de Oliveira afirma que um dos objetivos da atividade é despertar nos alunos o gosto pela literatura. “Ao propor o projeto ‘Poesia na Praça’, nós mantemos o Clube da Madrugada vivo e, ainda, estimulamos os estudantes a encararem a leitura como algo comum, que podemos fazer a qualquer hora e em qualquer lugar, eliminando, assim, o sentimento de estranheza com os livros e a literatura”, contou.
Divisão – A também organizadora da ação, professora Jaqueline Pereira, revelou que os alunos foram divididos em turmas, sendo cada grupo responsável por uma obra dos integrantes do Clube da Madrugada. “Nós dividimos as turma por equipes e, após a leitura dos livros, cada uma produziu algum determinado material. Estes foram poesias autorais, músicas, encenações e danças, todas voltadas para o grupo amazonense, que se tornou um dos precursores da literatura do Amazonas, visto que muitos artistas surgiram após a criação do Clube da Madrugada”, afirmou.
Participantes – Durante o evento, a estudante Yasmin Santos apresentou uma poesia autoral – a partir da obra “Sagração do Verde”, de Max Carpenthier – e falou da importância de resgatar a história e, ainda, mostrá-la para a comunidade. “O nosso autor vem, por meio desta obra, nos dar um sermão sobre a defesa das matas e das águas. Dentro da sua narrativa, ele nos impulsiona a refletir sobre a possibilidade de qualquer um ser artista, isso me inspirou e resolvi criar este poema para homenagear o Clube”, concluiu Yasmin.
A aluna Glenda Lima contou o quanto essa atividade foi importante para a valorização das obras do Estado. “Infelizmente, nós temos um péssimo hábito de admirarmos coisas de fora, sendo que, muitas vezes, os nossos artistas estão num polo transformador e histórico. Mesmo após 65 anos, ainda inspiram outros poetas e também a nós”, finalizou.
[embedded content]