14:27 – 31/10/2019
FOTO: Divulgação/Adaf
Com o objetivo de capacitar os técnicos das Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal (Ulsavs), a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) realizou o primeiro curso de capacitação de servidores sobre inspeções ante-mortem e post-mortem no abate de bovídeos em abatedouros frigoríficos com supervisão oficial pelos serviços de Inspeção Estadual (SIE) e municipal (SIM), em Tabatinga, distante a 1.108 quilômetros de Manaus.
Na oportunidade, além dos servidores da Adaf local, participaram do evento os responsáveis técnicos atuantes em indústrias com SIE e SIM, estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam/Tabatinga) e funcionários do matadouro e frigorifico R. Batista. Ao todo, o curso ofereceu 20 vagas para participantes.
Proposta – De acordo com coordenador de Abatedouros da Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Gipoa/Adaf), Carlos Vasconcelos, o curso teve como proposta atualizar o quadro técnico da autarquia no município, além de orientar responsáveis técnicos das indústrias quanto a suas atividades e responsabilidade.
A ação visa ainda orientar os responsáveis técnicos quanto à obrigação da firma de elaborar o manual de autocontrole da indústria, de forma a atender às recomendações relacionadas as Boas Práticas de Fabricação (BPF), Procedimento Padrão de Higiene Operacional (PPHO) e a Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), com ênfase na inspeção ante-mortem e post-mortem no abate de bovídeos.
“Estamos apresentando um modelo de padronização sanitária para as inspeções ante-mortem e post-mortem abordado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) onde tivemos a oportunidade de obter a capacitação por auditores fiscais federais atuantes no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Desta forma, estamos atualizando e preparando todos os nossos colegas atuantes nos SIE e SIM existentes no estado do Amazonas, especificamente nos municípios onde existem plantas frigoríficas”, comentou Carlos Vasconcelos.
Padrão Sanitário – Segundo a Adaf, com esse curso de capacitação, os profissionais, nesse caso, somente os médicos veterinários habilitados, estarão aptos a realizar as inspeções ante-mortem e post-mortem nos serviços de inspeção oficiais.
“A ideia é fortalecer tecnicamente os respectivos serviços oficiais de inspeção para as possíveis auditorias do Mapa, além de se responsabilizarem por um produto altamente inócuo e qualificado, salvaguardando assim a saúde pública, e, consequentemente, a população consumidora de vísceras e carnes de bovinos e bubalinos no estado do Amazonas”, destacou o coordenador de Abatedouros da Adaf, Carlos Vasconcelos.
Obrigatoriedade – Carlos Vasconcelos ressalta ainda que todo animal recebido com finalidade de abate nos estabelecimentos deverá vir acompanhado da Guia de Trânsito Animal (GTA), que é um documento obrigatório e padronizado nacionalmente. No Amazonas, a Adaf é responsável por emitir este documento.
Para que um animal seja abatido em um frigorifico com serviço de inspeção oficial, são necessárias uma série de regras sanitárias a fim de assegurar o cumprimento das obrigatoriedades exigidas pelas legislações especificas e que legalizam tais atividades. Elas constam no Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) e na legislação de bem-estar animal.
Ainda no decorrer do curso, os participantes puderam saber da importância do refugo e do diagnóstico de alterações clínicas e/ou enfermidades durante o exame ante-mortem e do diagnóstico de achados macroscópicos e/ou anatomopatológicos de patologias em órgãos vitais (vísceras) dos bovídeos ao longo da inspeção post-mortem. Entre outras atividades realizadas pela equipe de inspeção, foi feita aula prática para o preenchimento de planilhas padronizadas nas inspeções ante-mortem e post-mortem.
Foram ainda transmitidos outros esclarecimentos aos participantes, como a certificação sanitária de Produtos de Origem Animal (POA) comestíveis e não comestíveis, e a habilitação de médicos veterinários encarregados pelo SIE para serem portariados e/ou habilitados pelo Mapa para emissão do Certificado de Inspeção Sanitário (CIS-E), que possibilita a realização de despacho e/ou trânsito de subprodutos de origem animal de forma interestadual.
Ampliação – A proposta da Adaf é de realizar este curso em todos os municípios que tenham plantas frigorificas. O curso iniciou por Tabatinga, e será ampliado para os municípios de Boca do Acre, Lábrea, Tefé, Iranduba, Manacapuru, Itacoatiara e Manaus.
Para este curso, a equipe de inspeção da Adaf esteve, no período de 2 a 6 de setembro, em Campo Grande (MS), participando do Seminário e Curso de Inspeção para adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) do Mapa. O médico veterinário e coordenador de abatedouros com o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), Carlos André Vasconcelos, representou a autarquia durante o seminário.
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