Os membros dos conselhos gestores das áreas protegidas de Manaus, a exemplo das Áreas de Proteção Ambiental (APAs), parques e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé, fizeram um balanço positivo das atividades realizadas ao longo do ano de 2019, destacando a importância da gestão compartilhada desses espaços, envolvendo a sociedade civil organizada e instituições de ensino e pesquisa, além de organismos governamentais.
No último dia 6/12, o Conselho Deliberativo da RDS do Tupé se reuniu no auditório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), na Vila da Prata, zona Oeste, para a última reunião do colegiado do exercício 2019, onde apresentou as ações realizadas pela gestão da reserva, elencando os pontos positivos e estabelecendo as metas para 2020.
“A gestão compartilhada das áreas protegidas é uma diretriz do prefeito Arthur Virgílio Neto, que desde o início da gestão em 2013 vem sendo seguida e intensificada com o apoio dos vários atores envolvidos nas tomadas de decisões relativas à gestão dos territórios, com a única intenção de ter estratégias mais acertadas para a melhoria das condições de vida das populações”, afirma o titular da Semmas, Antônio Nelson de Oliveira Júnior.
Um dos destaques da pauta da quarta reunião ordinária do conselho da RDS deste ano foi o abastecimento de água potável da reserva, beneficiando aproximadamente 2 mil famílias em quatro das seis comunidades da localidade.
“A meta da gestão é buscar atender 100% das comunidades da reserva, nesse requisito da água potável, até o final da gestão”, observa o diretor de Mudanças Climáticas e Áreas Protegidas, da Semmas, Márcio Bentes. Segundo ele, os conselhos têm um papel importante na elaboração e aprovação de projetos, desenvolvidos em parcerias com instituições nacionais e internacionais, bem como na realização de pesquisas executadas por instituições de ensino.
“Um dos trabalhos apresentados pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) é sobre o potencial do fruto da jaqueira, que é uma espécie exótica, porém pode ter aproveitamento em diversos produtos, focando na diversificação alimentícia, comercialização e geração de renda para as famílias”, destaca Bentes.
Projetos diversos
No parque municipal do Mindu, na zona Centro-Sul, projetos como o do monitoramento dos grupos de sauins-de-coleira e de extensão na área de paisagismo, realizados pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), são diferenciais da gestão. “Alunos dos cursos de extensão em agronomia da Ufam e de arquitetura e urbanismo da Ulbra-Manaus estão desenvolvendo projetos de paisagismo na unidade, formando mestres nas áreas tendo o parque do Mindu como referência”, informa o gestor do parque, José Feitoza.
Na Área de Proteção Ambiental (APA) Floresta Manaós, o conselho gestor teve participação efetiva na elaboração e execução do concurso “Despertar para a APA Floresta Manaós”, que consistiu em envolver a comunidade estudantil na proteção dos atributos socioambientais desta unidade de conservação, que se encontra totalmente inserida na área urbana de Manaus, entre as zonas Leste e Sul. A mudança do nome da APA foi um dos fatores de motivação para a realização do concurso. Anteriormente, a APA tinha como denominação os nomes dos conjuntos habitacionais e instituições que integram o seu perímetro.
Na APA Tarumã Ponta Negra, a Semmas abriu espaço para a comercialização da produção familiar orgânica da comunidade Nova Esperança, localizada na margem direita do rio Tarumã-Açu. “Os agricultores foram convidados a conhecer uma nova alternativa de piscicultura, que pode ser implementada na comunidade com baixo impacto ambiental e com potencial de desenvolvimento econômico sustentável, com perfil para agricultores familiares”, afirma a presidente do Conselho Consultivo da APA, Angeline Ugarte. Na mesma comunidade, estão sendo desenvolvidos também projetos de recuperação de áreas degradadas com plantio de espécies nativas, também com potencial econômico.
No último dia 6, foram plantadas 150 mudas de castanheiras (Bertholletia excelça) num trecho composto por dez lotes da comunidade. “As futuras árvores servirão de matrizes para a Prefeitura de Manaus na coleta de sementes, num acordo firmado entre a Semmas e os agricultores contemplados”, destaca Angeline, acrescentando que oficinas de roçado ecológico são oferecidas para minimizar os efeitos da prática tradicional das queimadas na agricultura amazônica.
“Os conselhos atenderam os cronogramas estabelecidos e terminam o ano reafirmando o compromisso da governança como instrumento da participação social na gestão do patrimônio ambiental do município”, finaliza Márcio Bentes.
Fotos – Arlesson Sicsú / Semmas
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